| tree | Se estivessem a ver-se os erva [pausa] daninha que fosse mu-, que fosse
| tree | E se vie- viesse limpo, deixavam-no ficar.
| | tree | Quando ele estivesse vingado, já assim a ficar amarelo, arrancava-se todo, tudo arrancadinho,
| | tree | para a eira [pausa] aos molhos
| | tree | [pausa] e e depois havia um homem na Arzila que tinha um um [vocalização] …
| | tree | INF2 Era uma família que tinha…
| | tree | Aquilo era um maçadoiro.
| | tree | INF1 Tinha tinha um um aparelho que eu não sei como aquilo se chamava, que tinha – parecia umas entrosas entradas que passava o linho,
| | tree | porque…
| | tree | | | tree | INF1 E E o próprio coiso é que puxava o linho.
| | tree | INF2 Maçava,
| | tree | também maçava.
| | tree | INF1 Maçava, maçava,
| | tree | até que ficasse sem a [pausa] com a pele da, do, do do pé do linho todo separado.
| | tree | | | tree | INF1 Depois Depois aí eram as mulheres que tinham um corr- um cortiço que de de cortiça.
| | tree | INF2 De cortiça.
| | tree | INF1 Grande e redondo.
| | tree | Qua- Quase do taman- Do tamanho desta mesa, mesmo alto,
| | tree | não estavam sentadas
| | tree | e tinham uma, uma uma coisa de pau,
| | tree | parecia uma c-, uma uma catana, ou como é que se chamam aquilo,
| | tree | e maçavam, maçavam, maçavam, maçavam, até que saísse saía-se aquela pragana de dentro da da pele do linho.
| | tree | | | tree | INF1 Depois havia umas mulheres – que aí havia aí também – com um bocadinho que estava assim, cheio de pregos pequeninos,
| | tree | e naquele era escarnaçado,
| | tree | ia naquilo assim.
| | tree | E cortavam,
| | tree | e ele puxavam, até que saísse o resto da até que saísse o resto da, da daquela pragana.
| | tree | [pausa] Depois [pausa] botava-se…
| | tree | Ele preparavam-no,
| | tree | com uma roca –
| | tree | não sei se os senhores…
| | tree | INF1 Uma Uma roca.
| | tree | INF2 Não punham aí por um riba, ou coisa assim?
| | tree | INF1 Não.
| | tree | Isso era as meadas.
| | tree | INF2 Ah, era as meadas.
| | tree | INF1 Fiavam aquilo tudo,
| | tree | depois davam-lhe uma barrela, depois de aquilo estar já feito em meadas.
| | tree | Sabem o que é uma barrela?
| | tree | | | tree | INF1 A barrela era:
| | tree | [vocalização] lavava-se aquilo tudo muito bem lavadinho, com com água e sabão, pronto.
| | tree | E botavam…
| | tree | Havia aí gente que tinha uns poceiros – que se chamam o pessoal da barreleira –,
| | tree | botavam a lavar no no poceiro, acamadinho.
| | tree | Quanto mais acamado, melhor.
| | tree | Depois no fim disso botavam-lhe [pausa] alecrim e folha da de laranjeira por cima da da roupa.
| | tree | Botavam num paninho, um pano que se fosse assim meio vedado
| tree | e depois botavam borralha.
| | tree | Cinza.
| | tree | INF2 Era a cinza das das cavacas.
| | tree | INF1 Pois, das cavacas.
| | tree | INF2 Pois.
| | tree | INF1 Com uma peneira.
| | tree | E peneiravam aquilo tudo em acção de ficar só o pó.
| | tree | um bocadinho de de carvão só para…
| | tree | A ge-, a gen- Agora a gente diz que é uma carvão,
| | tree | mas naquela altura dizíamos que era uma brasa.
| | tree | [pausa] Estava aquilo tudo
| | tree | e depois tinha uma um panelão grande ao lume, em cima das trempes, [pausa] a ferver.
| | tree | Iam tirar baldes de água desse panelão a ferver
| | tree | e passavam por cima da roupa toda, [vocalização] das meadas.
| | tree | INF2 Do linho, das meadas.
| | tree | INF1 Quer fosse meada, quer fosse roupa, era na mesma.
| | tree | Por cima daquilo tudo, para molhar aquela aquela [vocalização] cinza.
| | tree | Toda molhadinha.
| | tree | Quando ela começasse a correr pelas meadas abaixo, saía fria.
| | tree | Fria, no fundo do poceiro.
| | tree | Quando ela saísse já quente, em acção [pausa] que viesse quase da, da da temperatura da panela estava a [pausa] a barrela feita.
| | tree | INF2 Estava a barrela feita.
| | tree | INF1 Estavam preparadas.
| | tree | Depois iam então para o rio. [pausa]
| tree | Lavavam, lavavam, lavavam,
| | tree | botávamos-lhe botávamos-lhe sabão
| | tree | e botavam-nas a corar.
| | tree | A corar na areia.
| | tree | Quando elas Quando as mulheres já viam que aquilo estava em condições, apanhavam e lavavam-na<
| tree | e depois botavam-na a enxugar.
| | tree | Que aquelas meadas, se se enxugarem na areia, depois de estar enxuta, ficava a parecer linha, grossa.
| | tree | Mandavam para, para a para as tecedeiras para fazer mantas.
| | tree | Cobertas.
| | tree | A gente diz agora…
| | tree | Mas naquela altura dizíamos mantas.
| | tree | INF1 Para fazer lençóis de linho. [pausa]
| tree | E E antigamente, nessa altura, também então até
| tree | e aquilo era forte,
| | tree | faziam até ceroulas até ao joelho.
| | tree | E assim andavam no campo.
| | tree | E não me lembro de mais nada.
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