tree | INF1 E é isso que eles não sabem, sabe?
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tree | Porque está tudo a acudir ao arrasto, [pausa] tudo a acudir ao arrasto.
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tree | E ao fim e ao resto, a pesca artesanal, daqui a uns anos – bem poucos anos – vai acabar.
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tree | E depois como é que vai ser de nós?
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tree | Ora, se eles multassem desta maneira…
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tree | É que eles, se contassem o pessoal que vive de, todas as famílias que vivem do arrasto, [pausa] hem, e os lucros que dá o arrasto, para os lucros que dá [pausa] a pesca artesanal do norte ao sul do país, e os, os os habitantes que estão a viver do mar, eles aí sabiam dar o valor.
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tree | Mas eles não dão.
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tree | Porque nós somos mais mais de de – vá lá, isto é uma comparança…
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tree | São mil [pausa] a trabalhar no arrasto,
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tree | e são quatro ou cinco ou sete, oito mil a trabalhar na pesca artesanal.
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tree | Adonde aqueles mil [pausa] vão viver [vocalização]…
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tree | Vá lá, os grandes latifundiários é que vivem sobre os pescadores, sem nunca irem ao mar.
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tree | O que querem é trazer muito peixe para a terra, seja da maneira que seja, mesmo desde que amanhã não haja um.
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tree | E os outros então nada.
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tree | Por isso, isso é protecção ao mar, porque em todas as nações dão protecção ao mar.
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tree | Até no marisco!Há, no Canadá há [pausa] uma certa [vocalização]…
tree | INF2 Ainda há bocado vi cair assim um lavagantinho deste tamanho.
| tree | INF1 Pois…
| tree | Claro…
| tree | INF2 Se fosse antigamente, não deixavam trazer para terra.
| tree | A lagosta tinha que ter vinte centímetros.
| tree | Tinha que se deitar ao mar.
| tree | INF1 Olhe, minha senhora, nós estamos nós somos pescadores…
| tree | INF2 Se não tivesse vinte centímetros para cima, ia para o mar.
| tree | INF1 Nós somos pescadores,minha senhora,
| tree | e está aqui isto, que a senhora vê – isto havia de ser proibido.
| tree | Mas nós somos obrigados a trabalhar com isto…
| tree | Porque os outros trabalham, nós temos de trabalhar também.Depois
tree | INF2 Se as autoridades proibissem por todo o lado, era muito melhor.
| tree | INF1 se, se Se vamos a deteriorar o mar, nós somos obrigados a ir também.
| tree | Mas isto havia de ser proibido total.
| tree | Era isto e o arrasto.
| tree | Porque isto, ova, não, não não apanha, ova não mata.
| tree | Mas apanha peixitos, [pausa]
tree | INF2 um lavagante Apanha lavagantes como é o tamanho de camarões.
| tree | Trazem para a terra .
| tree | Faz de conta, se eu deito ao mar, [vocalização] digo assim: "Oh, eu deito ao mar,
| tree | outro não deita,
| tree | também o vou levar.
| tree | [vocalização] Aquele não deita,
| tree | eu também eu também o não deito".
| tree | Mas, faz de conta, se todos deitassem se todos fossem [pausa] porque assim.
| tree | | tree | INF2 Hoje aquele traz dez,
| tree | outro traz outros dez.
| tree | Outro dia outro traz dez,
| tree | outro traz dez.
| tree | Sempre a tirar durante o ano, vai chegar a um certo ponto que [pausa] muitas, muitas muitos [vocalização] filhos dos nossos [pausa] concerteza que nem sabem o que é a lagosta.
| tree | | tree | INF2 Mas, eu ajudei Este homem ajudou ajudou-me muito a apanhar, mais do que eu ainda.
| tree | Mas eu ajudei a apanhar centos e centos de lagostas, hem!
| tree | Centos de lagostas que eu ajudei a apanhar, hem!
| tree | Ele é mais velho que eu,
| tree | então ainda ajudou a apanhar muitas, muitas a muitos mais, porque ainda havia mais, naquele no tempo dele.
| tree | INF1 Pois havia,
| tree | tempo havia.
| tree | INF2 E agora, [pausa] anda-se o ano inteiro,
| tree | não se apanha uma lagosta.
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