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tree | INF1 Começa no mês de Janeiro [pausa] a semear trigo.
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tree | E depois…
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tree | E semeia-se em Fevereiro também trigo, mas já…
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tree | Mas é põe-se é princípio de Janeiro.
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tree | N- No Janeiro é que se semeia o trigo.
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tree | E depois é que, passado da sementeira do trigo, passa-se à sementeira do milho.
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tree | A não ser, por exemplo, batatas ou [vocalização] umas coisas assim parecidas a esta é que é antes do milho.
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tree | E depois quando é ali em Abril – [pausa] Março, já em Março se semeia muito, o milho, mas então a força é em Abril – é que se é que então que se pega à sementeira dos milhos.
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tree | E depois vai andando por ali abaixo,
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tree | na nessa altura não há mais sementeiras nenhumas a fazer, senão depois quando é adiante…
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tree | [pausa] Quando é adiante [vocalização], em Agosto, [pausa] é que então há aquelas ceifas das searas.
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tree | Mas ele hoje já não há searas.
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tree | Aqui na nossa terra, depois que veio aí de fora [vocalização] uma qualidade de melros capatasque ou capatasco, ou não sei que diabo é, esse melro hoje limpa tudo aí.
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tree | Arreia,
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tree | limpa tudo!
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tree | É uma desgraça!
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tree | Que eles semeavam muita terra de trigo,
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tree | [pausa] mas ele a, aqu- aquela raça daquele melro rapavam-lhe tudo!
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tree | Eles deixaram de semear por causa disso.
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tree | [vocalização] Então começa ali no mês de Agosto,
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tree | ele a ceifar,
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tree | e depois é…
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tree | INF2 A duas semanas de Santa Isabel.
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tree | INF1 [vocalização] Santa Isabel, sim.
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tree | INF2 É Julho.
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tree | Junho, Julho, junto.
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tree | Ficava em Santa Isabel, que os antigos diziam isto!
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tree | INF1 [vocalização] Começa-se a ceifar.
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tree | [vocalização] Começa-se a ceifar [pausa] essas terras…
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tree | INF1 Começa-se a ceifar
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tree | e [vocalização] e depois acabam-se as ceifas,
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tree | ele tem feijães para apanhar,
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tree | tem batata doce…
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tree | INF2 Acabavam-se as ceifas,
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tree | era ir para a eira com os trigos.
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tree | INF1 Ah, ele hoje só vão é para as para as qualidades daquelas debulhadoras.
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tree | INF2 Agora é já para as para as debulhadoras.
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tree | INF2 Antigamente é que era assim.
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tree | INF1 Era, era.
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tree | Era ele na, no nas eiras!
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tree | INF2 Nas eiras com com um rolo grande com as reses de roda.
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tree | INF1 Era nas eiras com com reses,
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tree | faziam uma volta de roda.
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tree | INF2 Redonda.
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tree | INF1 E [vocalização] E a gente estendia aquelas…
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tree | INF2 Espalhava aquelas gavelas todas naquelas naquelas eiras.
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tree | Dura!
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tree | Que aquilo estava dura como um osso ou como uma massa.
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tree | INF1 Estendia aquelas camadas, porque aquilo era ceifado, era engavelado.
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tree | Hoje é ceifado é com a máquina mesmo.
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tree | INF1 A máquina entra por aquela seara dentro
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tree | e pega a andar de roda, para ir por fora da seara, sim,
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tree | e ela vai amarrando
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tree | e vai deixando aquilo atrás e…
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tree | INF2 Agora, que a gente ceifava era de foices.
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tree | INF1 Fica tudo pronto.
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tree | Mas naquele tempo não era assim.
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tree | tempo, a gente ceifava com umas foices apropriadas para aquilo,
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tree | e depois a gente cortava uma manchinha de seara,
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tree | e depois enrolava-se uma coisinha de roda,
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tree | prendia neste dedo,
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tree | e depois tornava-se a ceifar outra manchinha
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tree | e tornava-se a prender nele,
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tree | depois tornava-se a enrolar outra vez,
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tree | a prender nele, até que fazia uma, uma man- uma manchinha grande.
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tree | INF2 Uma gavelazinha, uma mancheia perfeita.
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tree | INF1 Botava-se [pausa] uma mancheia assim aqui, atravessada assim,
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tree | depois botava-se duas assim para aqui,
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tree | e depois botava-se duas assim para aqui,
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tree | [pausa] e depois botava-se uma a fechar.
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tree | INF2 Era encruzadas.
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tree | INF1 Era seis – an- antes tratavam era por gavelas –,
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tree | seis gavelas de trigo [vocalização] é que se botava naquele montinho.
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tree | ceifando e botando aqueles montinhos atrás da gente.
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tree | INF2 Ficava aquilo aos montinhos pelo cerrado fora.
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tree | INF1 É.
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tree | E depois a gente ia, [pausa] da, da, da seara mesmo [pausa] da seara mesmo,
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tree | a gente é que fazia os atilhos.
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tree | INF2 Sim, [pausa] em carreira direita.
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tree | INF1 Arrancava-se a seara
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tree | e depois fazia-se aquele atilho ao pé da espiga
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tree | e é que a gente amarrava aquela seara.
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tree | INF1 E depois ela ia para a eira – aquela seara acartava-se com carros –, para as eiras,
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tree | depois quando era quando esta- que estava nas condiçães – era ali no mês de Agosto sempre –, [vocalização] a gente então debulhava com as reses.
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tree | Estendiam aquela seara,
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tree | tinha trilhos – eu não tenho, se tivesse eu mostrava ao senhor –,
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tree | [vocalização] tinha trilhos,
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tree | a gente prendia aquelas reses naqueles trilhos,
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tree | e aqueles trilhos…
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tree | [pausa] Olhe talvez [pausa] mais ou menos é isto de largura.
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tree | INF2 Havia de ser sim.
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tree | INF1 Deve ser uma coisa que mais ou menos é isto de largura.
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tree | INF2 Era umas tábuas.
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tree | INF1 E agora era aquelas tábuas
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tree | [pausa] eram furadas [vocalização] com [vocalização] ,
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tree | assim umas pedrinhas, dessas pedrinhas biscoiteiras, que é uma pedrinha favada.
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tree | INF1 A gente a mete- tinha aqueles trilhos,
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tree | metia daquelas pedrinhas,
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tree | e aquelas pedrinhas é que iam esfregando por riba daquela seara fora
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tree | e é que ia andando, andando, até que até que aquilo ficava moído, o trigo moído,
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tree | e a, e a e as reses é que andavam de roda.
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tree | INF2 E as reses sempre a andar de roda,
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tree | e um homem em cima daquele trilho…
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tree | INF1 A tocar as reses.
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tree | INF2 A tocar as reses.
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tree | INF1 Outros com forquilhas de roda daquela eira a mexer com aquela camada…
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tree | INF2 A mexer com aquela camada, ai!
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tree | INF1 Ai, penar!
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tree | Ai penar!
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tree | INF2 Para ir Para ir mexendo, para as reses irem debulhando.
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tree | INF1 Ai penar!
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tree | Ai penar!
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tree | INF2 Quando as reses iam sujar, aparavam era com uma apanhadeira, [vocalização] para não sujar em cima do trigo, sim senhora.
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tree | INF1 Era penar!
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tree | INF1 Era penada a vida!
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tree | Assim era a sementeira do trigo,
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tree | era feita desta maneira!
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tree | INF2 Depois acabava…
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