arranjavam
tree | e outros não se importavam de saber.
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tree | INF2 Não tinham, não senhor.
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tree | INF1 Não arranjavam.
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tree | Arranjou foi o nosso governo quando andou que fez o tapume,
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tree | aí é que ele arranjou.
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tree | INF2 Ele é que tem arranjado, então.
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tree | INF1 Mas antes não arranjavam.
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tree | Arranjar quê?
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tree | Com o quê?
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tree | Ah!
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tree | INF2 Não arranjavam!
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tree | Metiam o seu gado àquele…
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tree | Bezerras que queriam criar, não tinham, não queriam pagar não podiam pagar renda,
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tree | INF2 metiam para o para o vadio – tratavam por vadio.
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tree | INF2 E depois iam lá vê-las de, de de dias a dias.
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tree | INF1 É.
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tree | Pois, e eu ia também, porque não havia muito dinheiro.
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tree | INF2 O quê?
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tree | INF2 Há.
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tree | INF1 Há-de haver ilhas onde há-de haver vadios.
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tree | Mas eles, as i-, as hoje está tudo ele muito apurado, que é coma esta questão de haver muito gado hoje à vista do que havia, porque os campos são outros.
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tree | INF1 É coma esse vadio.
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tree | Isso é tudo tapado,
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tree | mas é…
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tree | A senhora o que é que pensa,
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tree | é centenas de moios.
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tree | [vocalização] Isso está tudo em tratamento.
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tree | Tudo em tratamento, está acrescentando gado – a senhora está percebendo?
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tree | INF1 Quer dizer, faz uma diferença grande!
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tree | Porque no vadio, tinham muito gado no vadio – [vocalização] três, uma dúzia doutro, uma dúzia doutro, meia dúzia doutro, [vocalização] mais meia dúzia doutro –, enfim,
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tree | mas era uma coisa duma outra [nome] ou forma.
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tree | INF2 Que era coisa brava!
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tree | INF1 E ainda mesmo assim chegava-se a este tempo,
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tree | a gente dizia: "Eh homem, tem que se recolher aquelas reses".
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tree | Porque o vadio é desamparado, não havia tapume,
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tree | não havia abrigo,
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tree | não havia nada.
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tree | [vocalização] "Tem que se recolher aquelas reses para dentro porque aquilo, agora, elas abatem-se naquele inverno" …
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tree | INF1 [vocalização] Ficava aquilo para ali.
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tree | INF2 Para abrigos.
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tree | INF1 E traziam as reses para outros lugares, para lugares que tinham seus, tapados e [vocalização] e com abrigos naquelas serras mesmo e…
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tree | INF1 Era recolhê-las – recolhê-las para dentro.
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tree | INF1 Era recolhê-las para dentro.
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tree | INF2 Até passar o Inverno.
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tree | INF1 Quando passava o Inverno, pois tornavam-se a deitar outra vez para aqueles lugares
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tree | e para além estavam aquele Verão todo para ali.
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tree | Era assim é que se fazia.
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tree | INF1 Mas hoje está tudo de uma maneira que não…
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tree | [pausa] Quer dizer, está dando mais interesse!
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tree | INF2 Está a dar interesse.
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tree | INF1 Está dando mais interesse porque os campos são tratados, e tapados e [vocalização] com aquelas criptomérias, e estremas a fazer abrigadas àqueles prédios…
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tree | [vocalização] Quer dizer, faz uma diferença que mete medo.
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tree | Aqueles prédios hoje, um homem chega…
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tree | É como eu,
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tree | estive…
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tree | Não, não há muito tempo que eu lá estive, mais o meu filho e esta também.
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tree | Há lá um lugar – que eu agora dá-me vontade de rir, assim certas coisas –,
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tree | [vocalização] há lá um lugar que é tratado pela Lagoa das Patas,
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tree | mas é um recreio!
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tree | Que está lá cheio de madeiral de criptoméria que é uma coisa medonha!
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tree | INF2 É uma coisa medonha!
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tree | INF1 Está aquela lagoa no meio,
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tree | mas é um recreio lá de mesas!
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tree | Aquilo quando é no Verão, a senhora o que é que pensa?!…
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tree | INF2 Até ficam lá de noite!
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tree | INF1 O pessoal lá é coisa brava!
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tree | INF2 Fazem Cozinham lá para comer e tudo.
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tree | INF1 Mas eu, no tempo que eu fui, era vadio!
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tree | Não tinha criptomérias nem tinha nada!
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tree | [vocalização] A gente cá A gente para se entender uns com os outros: "Olha, eu vi as tuas gueixas na Lagoa das Patas"!
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tree | Ou: "Vi as tuas gueixas no Pico Gordo"!
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tree | Ou: "Vi as tuas gueixas no Pau Velho"!
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tree | Ou Quer dizer, isto nas ilhas era tudo vadios!
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tree | INF1 Hoje é…
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tree | "Homem, eh pá, vamos à Lagoa das Patas"!
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tree | Eu quero-me lá ir à Lagoa das Patas,
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tree | pois aquilo era um vadio ali .
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tree | INF2 Mas Mas está lá que é um palácio!
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tree | INF1 Oh, mas aquilo é um luxo que está lá!
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tree | Mas era como eu estou dizendo à senhora,
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tree | era a rapa, s-
tree | E tinha aquela lagoa ali.
| tree | INF2 Mas agora não tem isso.
| tree | | tree | INF1 É aqueles caminhos para lá,
| tree | é tudo es- tudo com bagacinha.
| tree | INF2 Tem lá barraquinhas armadas.
| tree | INF1 Tudo…
| tree | O quê?!
| tree | Um luxo, lá!
| tree | É um luxo!
| tree | É um luxo!
| tree | INF2 É mesas!
| tree | INF1 É um luxo!
| tree | INF2 Mesas de pedra, então!
| tree | | tree | INF2 Umas mesas lá postas e elas com os seus fogões lá a fazer coisas para comerem.
| tree | INF1 É, a aquecer coisas para comer.
| tree | INF2 Aquecer comidas.
| tree | INF1 É um luxo lá!
| tree | É um luxo!
| tree | INF2 Consola a ver!
| tree | | tree | INF1 E era um vadio, como eu estou dizendo à senhora.
| tree | INF2 Vão para lá de recreio de Verão!
| tree | Agora de Inverno não estão lá.
| tree | INF1 Cá não!
| tree | INF2 Mas Mas de Verão vão para lá,
| tree | ficam lá de uns dias para os outros,
| tree | ficam às vezes dois, três dias, lá.
| tree | INF1 Oh, então não é!
| tree | É carro lá que é medonho!
| tree | INF2 Levam bastante coisas para comer
| tree | e depois estão prontas a estar sem fazer nada lá.
| tree | | tree | INF2 É.
| tree | Andar por lá…
| tree | INF1 É um recreio,
| tree | é um recreio.
| tree | INF2 É um recreio.
| tree | INF1 É um recreio.
| tree | Digo à senhora que é um recreio agora.
| tree | E uma coisa que era um vadio!
| tree | Quem é que fez aquilo?
| tree | Foi o nosso governo [pausa] é que botou encheu aquilo tudo de matas…
| tree | Matas, mas é uma quantidade brava, que está fechado de matos por ali, que aquilo era tudo vadio.
| tree | Tudo vadio!
| tree | INF2 É tocar violas!
| tree | É bailar!
| tree | É cantar lá, desta maneira!
| tree | INF1 Oh, aquilo é um luxo!
| tree | | tree | INF2 Vão para lá passar uns pedaços.
| tree | INF1 É, é.
| tree | INF2 E dias.
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