| tree | INF Pois,
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| tree | estive na Suíça.
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| tree | INF Durante [vocalização] Fui lá oito oito anos, lá.
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| tree | INF Só trabalhar trabalhei por épocas de, de co- de cinco, seis meses.
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| tree | Depois regressava novamente a Portugal.
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| tree | INF Tenho trabalhado aqui nas voltas de Serpa
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| tree | e já trabalhei em Lisboa também lá num [vocalização], nu- numas obras.
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| tree | INF Ainda eu lá trabalhei três meses.
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| tree | [pausa] Faz [pausa] nove anos agora para para Agosto.
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| tree | Fui para lá no dia seis de Agosto
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| tree | e depois vim em em Outubro, [pausa] nos fins de Outubro.
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| tree | O mais tenho trabalhado sempre aqui às voltas de Serpa.
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| tree | INF Eles ali no cantão donde estive – que chamam lá chamam-lhe um cantão; a gente aqui é um concelho, eles lá chamam-lhe um cantão – [vocalização] em alemão.
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| tree | INF Oh, isso alemão, isso não é nada.
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| tree | Isso um homem, mais ou menos, ajeita-se é lidando com eles.
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| tree | Um fulano apanha aquela…, mais ou menos aquelas palavras.
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| tree | Mas dito!
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| tree | [pausa] Agora, por ideias como eles, um homem não é capaz.
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| tree | [pausa] Agora a gente, com a habituação de lidar com eles, [vocalização] ajeita-se, mais ou menos, àquilo que eles dizem;
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| tree | a gente começa a aprender…
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| tree | INF Portugueses, havia muitos, porque é [vocalização] um país que emigram à volta de [vocalização] de cinco mil portugueses para lá.
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| tree | INF Não.
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| tree | Por acaso, dentro de, de de duas épocas [pausa] não cheguei a avistar português nenhum.
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| tree | E depois é que calhei a avistar dois portugueses.
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| tree | [pausa] E passado três épocas a seguir é que trabalhei junto com três portugueses.
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| tree | INF D-, d- [vocalização] Os outros três portugueses eram do Algarve.
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| tree | [pausa] Pertenciam a esta [vocalização] a este concelho do Algarve.
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| tree | INF Não.
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| tree | Palavras de alemão, isso não.
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| tree | É mui difícil [vocalização] um fulano [pausa] procurar [vocalização] assim uma ideia.
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| tree | INF Pois [vocalização].
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| tree | INF Eles lá [vocalização] bom dia, ele é em alemão é gota tag, [pausa] gota tag. É o
| tree | | | tree | INF Senhor?
| | tree | | | tree | INF Eles lá com o patrão é [vocalização] a tu.
| | tree | Eles aplicam a palavra toda: tu! –
| | tree | [pausa] tu frau ou franel, que é que é rapariga nova;
| | tree | se for frau, já é uma uma mulher casada;
| | tree | [pausa] e se for homem, é um busséu.
| | tree | Pois.
| | tree | Se for pequeno, é um pope.
| | tree | [pausa] Aquilo de de povo para povo, mais ou menos, lá, têm as mesmas diferenças que nós temos cá.
| | tree | Eu encontrei as mesmas diferenças
| | tree | porque estive em várias em vários povos – ouviu? – e encontrava as mesmas diferenças que nós temos cá no nosso país, assim eu encontrava lá.
| | tree | | | tree | INF Ou talvez mais diferenças.
| | tree | Pois.
| | tree | Porque o, a o país, a Suíça principalmente, fala setenta e cinco [pausa] alemão [vocalização] e vinte e cinco é em jugoslavos, é em italiano, é em espanhol, é em austriano, [vocalização] é em francês.
| | tree | A diferença A diferença que dá!
| | tree | Ainda muito muito mais difícil do que do que à gente!
| | tree | Porque a gente, mais ou menos, é uma pronúncia só.
| | tree | A diferença que temos é, de terra para terra, o mesmo artigo, mu- mudarmos-lhe o nome.
| | tree | E eles lá não.
| | tree | E eles lá têm um um idioma muito diferente.
| | tree | | | tree | INF À terra, a gente aqui [vocalização] é o terreno.
| | tree | | | tree | INF Ah, à vila?
| | tree | É Serpa.
| | tree | | | tree | INF Pois, Serpa.
| | tree | | | tree | INF O… A gente A gente aqui, o habitante, é os habitantes de Serpa.
| | tree | | | tree | INF Ou sejam filhos de Serpa.
| | tree | | | tree | INF Pois, pois.
| | tree | | | tree | INF Bom, Serpa, serpense.
| | tree | Isso é o [vocalização] a palavra do, do do escrito.
| | tree | | | tree | INF Mas a gente diz: "Olha, sou de Serpa".
| | tree | Pois.
| | tree | "Olha, so-, so- são os filhos de Serpa" – [pausa] propriamente a palavra que a gente aplica.
| | tree | | | tree | INF E para as mulheres, são as mulheres filhas de Serpa.
| | tree | [pausa] A gente já não tem essa habituação de "senhora" [vocalização] a uma mulher.
| | tree | | | tree | INF Habituação de "mulher".
| | tree | | | tree | INF O nome?
| | tree | O nome, mais ou menos, é o [vocalização] processo em que eu em que eu mostro.
| | tree | Agora já se encontra aí, vá, às vezes, diferenças porque já há aí muito pessoal de vários sítios…
| | tree | [pausa] É os que se acham mal num lado,
| | tree | é os que se acham mal noutro<
| tree | e [vocalização] voltam
| | tree | e aos depois já [vocalização] lá trazem as suas criações diferentes.
| | tree | [pausa] Pois.
| | tree | Mas geralmente com a habituação daqui dos dos filhos próprios da terra, mais ou menos, é tudo com a habituação em que eu falo.
| | tree | | | tree | INF Pois não!
| | tree | | | tree | INF [vocalização] Não.
| | tree | Os de Barrancos não conheço.
| | tree | | | tree | INF Tenho ouvido falar.
| | tree | Esses já falam assim uma coisa meio espanhol.
| | tree | | | tree | INF É o barraquense.
| | tree | | | tree | INF Aqui ao pé [pausa] só qualquer al- aqui a Aldeia Nova.
| | tree | | | tree | INF "E então que como vai"?
| | tree | | | tree | INF Assim mais diferente de Serpa, que eu encontro mais diferença, [pausa]
| tree | Tem assim um bocadinho a mais de diferença.
| | tree | | | tree | INF É uma, uma uma pronúncia assim um bocado mais descansada.
| | tree | | | tree | INF Falam mais devagar.
| | tree | Pois.
| | tree | Têm aquela A pronúncia, mais ou menos é o mesmo;
| | tree | o que eles dão é uma pronúncia mais mais descansada do que é a a gente aqui.
| | tree | | | tree | INF Não.
| | tree | Esses já é diferente.
| | tree | | | tree | INF Já o de Baleizão: "E como é que vai"?
| | tree | Pois.
| | tree | "E que é que tu fazes?
| | tree | Onde é que tu vais"?,
| | tree | [pausa] "Ó nina, onde vais agora"?
| | tree | E esses já é os mais rápidos.
| | tree | Esses já 'repitam' a [vocalização] pronúncia mais rápido.
| | tree | E dão…
| | tree | | | tree | INF E dão assim aquela estacada.
| | tree | [pausa] Olhe, os de Beja, quer que lhe diga, há aí muitos que têm quase imitam quase a pronúncia como a nossa aqui mais descansada.
| | tree | Pois.
| | tree | Já o Baleizão ali, aquilo é [vocalização] é uma pancada dada assim de [pausa] pedrada, a maneira de, del- de eles falar.
| | tree | | | tree | INF Como isto aqui,
| | tree | Santa Iria, mais ou menos, é o mesmo.
| | tree | | | tree | INF E o Brinches, olhe, Brinches é a coisa que se compara aqui melhor.
| | tree | | | tree | INF Pois.
| | tree | | | tree | INF Pois, diferente.
| | tree | | | tree | INF Os de Vila Vila Verde de Ficalho?
| | tree | | | tree | INF Esses, mais ou menos, não [vocalização] sou capaz assim de pronunciar a maneira de da palavra deles.
| | tree | Isso o homem só apanha aquilo bem, às vezes,
| | tree | quando está assim a trabalhar com eles [pausa] é que [vocalização] vem e é capaz de de arremedar na na altura.
| | tree | Depois, passa.
| | tree | | | tree | INF [vocalização] Oh, é diferente, [pausa] um bocadinho diferente, sim senhor.
| | tree | Lá diferente falam.
| | tree | | | tree | INF A fa-, a ge- A gente daqui [vocalização] acha-se diferença,
| | tree | porque, quando se entra aí em qualquer casa ou numa rua, se se ouvir falar, a gente diz logo: "Este, por o falar, de Serpa não é"!
| | tree | [pausa] E parte das vezes não sabe a terra que é,
| | tree | mas di- a gente diz logo: "De Serpa não é"!
| | tree | "Só se daqui em volta"!
| | tree | O que se conhece mais [vocalização] melhor, que a gente sabe logo donde ele é, é se for de Baleizão.
| | tree | [pausa] Do povo de Baleizão, se estiver aqui um baleizoeiro falando aí diante de qualquer, e depois a gente for a passar por uma rua, diz: "Aquele tipo é de Baleizão";
| | tree | ou "Aquela senhora é de Baleizão".
| | tree | E já se for de qualquer das outras aldeias aqui em volta, o fulano diz: "De Serpa não é";
| | tree | mas qual é a aldeia, não é m- não é muito bom de se conhecer.
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