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| tree | INF1 Ah!
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| tree | Estou a perceber já…
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| tree | [pausa] Pois é,
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| tree | a gente, aqui, [vocalização] esperamos aqui a baleia aqui…
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| tree | Mais ou menos, estamos num local aqui de perto,
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| tree | nunca estamos muito longe, por causa de quando estamos [pausa] para arrear.
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| tree | De forma que [vocalização] vinham lá,
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| tree | lá o sinal lá de cima é atirar um foguete.
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| tree | E a gente então lá vamos.
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| tree | [vocalização] A vigia por os rádios é que vai guiando guiando a gente por ali fora, por ali fora.
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| tree | E lá é que ele então…
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| tree | O sítio mais ou menos donde ele vê [vocalização] que a baleia está – não é? –, manda parar a gente.
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| tree | E a lancha larga os botes.
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| tree | O bote além, isso é só bote que a gente arreia agora – um bote.
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| tree | De forma que a gente afasta-se um bocadinho da lancha, porque, é claro, nunca ele manda largar no lugar no sítio próprio da baleia.
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| tree | Manda um bocadinho desviado para a ba- a baleia não sentir a [vocalização] a lancha, [vocalização] o motor da lancha.
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| tree | E [vocalização] de forma que a gente faz lá o nosso cálculo,
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| tree | ele diz mais ou menos na direcção
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| tree | e lá esperamos.
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| tree | Em sendo baleia grande, que esteja mansa [vocalização], aquilo é mais ou menos, [pausa] uma hora, hora e u- hora e um quarto que está por baixo,
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| tree | [pausa] depois vem para cima flutuar.
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| tree | Em cima da água aquilo prrrr!
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| tree | [pausa] Às vezes, costuma estar, sei lá, aí [pausa] uns dez minutos, o máximo,
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| tree | nem nem talvez esteja.
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| tree | Dez minutos, por cima, [pausa] até ir para baixo.
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| tree | Portanto, a gente faz o nosso cálculo
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| tree | e lá vamos…
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| tree | A baleia, então, a gente está mais perto do lugar que podemos chegar,
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| tree | pois a gente rema para ela – ou remo ou de vela,
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| tree | também pode ser de vela, [pausa] e de remos.
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| tree | [pausa] E lá vamos então à baleia.
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| tree | Corremos a chança,
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| tree | procuramos a maneira como havemos de ir a ela…
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| tree | É que o mais conveniente é ir [vocalização] ou por o por a banda da cauda, do rabo – ou que a gente cha- [pausa] chamará bem a cauda! – e a banda da cabeça, ao andar dela.
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| tree | É mais conveniente porque é mesmo é menos perigoso.
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| tree | Se não a gente saindo ao atravessado, temos que atrav- avançar por cima dela.
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| tree | De forma que é perigoso.
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| tree | De qualquer das maneiras é perigoso,
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| tree | mas assim é melhor.
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| tree | E [vocalização], e há-de vá, trancamo-la,
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| tree | e ela [pausa] se é boa, pois fica em cima da água.
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| tree | Ele, às vezes, pronto, [vocalização] fica acima da água, depois de a gente lhe dar com o arpão.
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| tree | Depois de lhe dar com o arpão, fica em cima de água.
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| tree | E a gente então vamos com as lanças e [vocalização] para dar cabo dela, claro.
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| tree | Há lugares próprios
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| tree | e a gente temos que [pausa] atacar por o lugar próprio para a matar.
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| tree | De forma que é só…
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| tree | E a [vocalização] Depois de estar morta, pois a [vocalização] a lancha reboca para o para o lugar das fábricas.
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| tree | [pausa] A gente faz-lhe um buraco – não é? – na cauda
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| tree | [pausa] e [vocalização] e amarramo-la.
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| tree | Depois lá vão rebocando para as fábricas.
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| tree | E é isto é que é a baleia, mais ou menos, que a gente…
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| tree | O estilo que a gente usa por cá é isto!
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| tree | É mais ou menos isto.
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| tree | Porque, às vezes, pff, agarra-se um bocadinho de frescos aí fora, que é maus tempos, agarra-se, às vezes, maus tempos, mas…
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| tree | É uma vida como outra qualquer, mas, é claro, uma vida, às vezes, meio esquisita.
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| tree | vezes, agarra-se um bocadinho de mau tempo.
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| tree | INF1 [vocalização] Não tem horas certas, senhora.
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| tree | |
| tree | INF1 Ah, fácil, é muito rápido,
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| tree | é muito rápido.
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| tree | Pois ele eu tenho eu tenho que transpor as milhas que elas estão desviadas da costa.
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| tree | |
| tree | INF1 Mas depois de estar lá, às vezes pode estar na coincidência de a gente chegar e ela sair logo a caminho.
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| tree | E ela ser de bom jeito, ela ser de bo- bom modo, quer dizer, há baleia de bom bom génio que a gente chega e tranca e mata rápido, não é?
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| tree | Acredite que o outro dia apanhámos uma,
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| tree | [pausa] acho que não levou bem uma hora,
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| tree | estava morta.
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| tree | Não levou uma hora.
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| tree | Ele entre largar e matar levou uma hora.
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| tree | Estava morta.
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| tree | [pausa] Sim senhora.
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| tree | É isto só o que eu lhe posso dizer como que tenho passado.
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| tree | INF1 As mais bravas?
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| tree | |
| tree | INF1 As mais dificuldades é as baleias que [vocalização]…
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| tree | É a miúda, as de cardume, que estão…
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| tree | Bom, todas elas tem…
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| tree | Há umas mais más do que outras.
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| tree | Mas Mas, aí, a gente, que custa mais a morrer que a gente temos aqui é a baleia que está para ser mãe.
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| tree | |
| tree | INF1 Não senhora.
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| tree | É mais custosa mesmo de morrer.
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| tree | Não sei porquê.
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| tree | Não posso então lhe explicar.
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| tree | Não tenho uma inteligência para lhe explicar mais.
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| tree | A gente [vocalização] faz o mesmo que faz com as outras
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| tree | e custa mais a morrer.
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| tree | [pausa] Não sei por qual é a razão.
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| tree | Mas mas is- isso dá-se.
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| tree | As baleias que estão para ser mãe para serem mãe, é mais custosa de de morrer.
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| tree | [pausa] Sim senhora.
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| tree | [pausa] É isto o que é a nossa vida de cá.
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| tree | É a nossa vida de cá.
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| tree | INF2 E a baleia quase sempre morre direita ao sol?
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| tree | INF1 Ah, pois!
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| tree | INF2 Agora me explique isso.
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| tree | INF1 A baleia quase sempre, quando está para morrer…
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| tree | Que a gente conhece a baleia quando está para morrer.
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| tree | Que a baleia dá em [pausa] tombar-se de lado, e tal,
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| tree | e a gente vê que está na na hora de morrer.
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| tree | A gente é preciso ter muito cuidado nessa hora, porque nessa hora ela não se desvia da embarcação.
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| tree | A baleia quando [vocalização] está para morrer, está doida – não é? – para morrer, com as agonias;
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| tree | quer dizer, o animal também se-, so- sofre agonias.
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| tree | A gente desvia-se mais,
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| tree | mas quase sempre morre com a cabeça direito ao pôr-do-sol – quase sempre, quase sempre!
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| tree | Bom, há-de haver ele talvez alguma que não,
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| tree | mas ele são raras as que falham.
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| tree | Quase sempre morrem com a cabeça direito ao [pausa] pôr-do-sol.
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| tree | [pausa] Sim senhora.
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| tree | INF1 Já lá estive.
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| tree | Já revirei algumas vezes, duas ou três vezes,
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| tree | e por lá também já quebrei.
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| tree | E já caí ao mar.
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| tree | Mas batem às vezes no bote
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| tree | e a gente Ruído de palmas da mão a baterem uma na outra são enviados.
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| tree | Mas, graças a Deus, até aqui nunca me pisei.
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| tree | Agora o, o, o filho daquele o irmão daquele, já se pisou.
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| tree | Já se pisou.
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| tree | Levou uma boa pisadela boa
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| tree | e até agora ele anda no doutor por causa disso.
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| tree | Mas eu, felizmente, ainda nunca me pisei na baleia.
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| tree | Uma vida um bocadinho arriscada, mas cá a gente começa de pequenos, nesta vida, rapazinhos novos.
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| tree | INF1 Eu?
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| tree | Quinze anos.
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| tree | INF2 E à proa?
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| tree | INF1 À proa tinha dezanove anos.
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| tree | Comecei a ser trancador de baleia.
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| tree | Tinha dezanove anos.
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| tree | Arreando de trancador de meu pai.
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| tree | Tinha dezanove anos.
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| tree | Era praticamente um rapaz.
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| tree | E depois aquilo ficou-me a modos no sangue.
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| tree | Não sei porquê.
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| tree | Gostei sempre desta vida.
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| tree | À vezes até Às vezes, vê o homem da baleia [pausa] um super-homem.
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| tree | Não é.
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| tree | Somos criados mesmo naquilo.
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| tree | E é de forma que a gente habitua-se àquilo<
| tree | e gosta daquilo,
| | tree | acha que aquilo é mesmo um desporto
| | tree | e gostamos daquilo.
| | tree | Quer dizer, embora até aqui tenha sido um bocadinho mal remunerado,
| | tree | tem sido mal pago.
| | tree | Agora sempre há mais um uma coisinha.
| | tree | Temos [vocalização] o azeite que agora está mais bem pago,
| | tree | sempre agora a coisa sempre vai a estar melhor.
| | tree | Está melhor.
| | tree | Mas é claro, há também pouca gente,
| | tree | a dificuldade é de gente!
| | tree | Isto já houve aqui nove botes a arrear.
| | tree | [pausa] E hoje [vocalização], hoje há só um.
| | tree | E, às vezes, há dificuldades ainda para um só.
| | tree | forma que isto já foi!
| | tree | Quer dizer, já foi mesmo o pão desta freguesia, o ar-, ba- a baleia.
| | tree | Já foi o pão da freguesia.
| | tree | Claro, veio as outras vidas, como a albacória…
| | tree | E sem ser a albacória, houve esses emigrantes .
| | tree | A freguesia foi evoluindo
| | tree | e, é claro, deixaram o mar da vida da baleia,
| | tree | mas [pausa] mas [vocalização] a vida da baleia, já quando eu era rapa- eu quando era rapaz era o pão da freguesia.
| | tree | Era, sim senhora.
| | tree | | | tree | INF1 Pois, isso, sabe, os novos, [pausa] vai aprendendo alguns
| | tree | mas é desses que não vão para albacória, porque a albacória está a dar mais.
| | tree | Muito mais!
| | tree | | | tree | INF1 Creio que agora talvez não, porque agora a coisa o preço do azeite veio para cima um bocado muito grande.
| | tree | | | tree | INF1 Pois não sei, senhora.
| | tree | Não sei.
| | tree | Isto a [vocalização] está um bocadinho baixo.
| | tree | Ora, a gente [vocalização] aqui, eu mais o irmão daquele, pois [vocalização] pegámos nisto<
| tree | e temos vontade que isto se aguente.
| | tree | E vamos tentar isto ague- aguentar isto.
| | tree | E não posso precisar se daqui a um ano, ou dois ou três, isto não esteja melhor do que o que está agora.
| | tree | Até o- Até o azeite como é que vai, pode calhar isto daqui a dois ou três anos estar melhor que o que está agora.
| | tree | | | tree | INF1 Sim senhora.
| | tree | Tudo, tudo.
| | tree | [pausa] É só [vocalização] Resta pouco.
| | tree | Resta pouco da baleia.
| | tree | Ossos e [vocalização] coiso, isso é tudo derretido,
| | tree | tudo dá [pausa] farinhas e azeites e [vocalização]…
| | tree | Dá tudo.
| | tree | A baleia é uma coisa,
| | tree | é muito grande.
| | tree | Dá, dá.
| | tree | INF2 E o mais apreciado é é o marfim dela.
| | tree | INF1 É o marfim também.
| | tree | A dentadura.
| | tree | Oh!
| | tree | Hoje em dia está-se pagando já bem:
| | tree | a dois contos e tal, cada quilo;
| | tree | a dois contos e tal e até já dizem que a três.
| | tree | Até já houve uma [pausa] proposta nas Flores, creio eu, a [vocalização] a cinco.
| | tree | Ouvi.
| | tree | | | tree | INF1 Sim senhora.
| | tree | | | tree | INF1 É, sim senhora.
| | tree | Mas a gente estamos-se a referir ao quilo.
| | tree | | | tree | INF1 E da grada, nas Flores, a grada, disse-me o senhor Barnabé, que [vocalização] a baleia grada que um quilo de dente, que estava a ci- a cinco contos; e o da miúda a três.
| | tree | INF2 Está a três contos.
| | tree | INF1 Tem sido Tem sido uma coisa em grande.
| | tree | Tem subido bem.
| | tree | INF2 Isto [pausa] se a albacória descesse um pouco…
| | tree | Que a gente [pausa] temos anos de crises também de pesca de atum.
| | tree | Se ela diminuísse um pouco, pois esta ia progredir mais um bocado.
| | tree | INF1 Bom, nunca era uma maravilha porque [vocalização]…
| | tree | INF2 Pois.
| | tree | INF1 Baixar uma e levantar outra, acho não é bom.
| | tree | É bom é que as duas…
| | tree | INF2 Pois.
| | tree | INF1 Depois a gente também passa as dificuldades da pesca da mesma maneira, porque houve anos também de não se ganhar nada na pesca do atum.
| | tree | INF2 Pois.
| | tree | Também já os tive.
| | tree | INF1 Já!
| | tree | INF2 Já tive muitos.
| | tree | INF1 E a gente, a baleia, pode-se dizer que é uma coisa, um ano mais, outro ano a menos,
| | tree | mas sempre se apanha.
| | tree | Há sempre dificuldades.
| | tree | Há sem- Qualquer vida dá sempre dificuldades.
| | tree | Há sempre dificuldades.
| | tree | E é bom é que as duas aguentem.
| | tree | Isto há sempre…
| | tree | INF2 Sim.
| | tree | E quase sempre para cima.
| | tree | É sempre bom.
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