tree | |
tree | INF1 Não estudei.
|
tree | Não estudei.
|
tree | Estudei só a minha ideia.
|
tree | |
tree | INF1 Sim, estudei só…
|
tree | Fiz Fiz só memórias cá na minha ideia, só,
|
tree | pronto, era só,
|
tree | quer dizer…
|
tree | |
tree | INF1 Nada.
|
tree | Nunca estudei nada.
|
tree | O que fixei foi sempre coisas, enfim,
|
tree | via é que via que fazia bem
|
tree | e fazia uma prova disto ou daquilo.
|
tree | E depois via se dava resultado, se não dava.
|
tree | Não dava resultado, punha de lado,
|
tree | seguia a outra que dava resultado.
|
tree | |
tree | INF1 E tomava nota naquilo, por exemplo, que qualquer das três meninas que estão aí agora que me dizem, ou qualquer coisa,
|
tree | eu sou amanhã capaz de começar a pensar, ou até de noite: "E a fulana disse isto,
|
tree | disse aquilo.
|
tree | Eh pá, é verdade"!
|
tree | É assim,
|
tree | mas vamos por aqui,
|
tree | talvez seja bom.
|
tree | É claro, é assim a vida.
|
tree | |
tree | INF1 Andei aqui com uma brigada de homens, aqui em cima, e com uns senhores engenheiros –
|
tree | até havi- eram ali do Rossio.
|
tree | Alguns já estão reformados até.
|
tree | Andei ali em cima n-, n- na brigada.
|
tree | Ora eles, and- é claro, andavam lá.
|
tree | Eles chegavam ao pé de mim: "Ó senhor Guilherme, deixe-me lá agora"…
|
tree | Os homens andavam a dois a dois, nas oliveiras.
|
tree | "Deixe-me lá agora fazer aqui uma coisa".
|
tree | Iam para o pé da duma oliveira,
|
tree | mandavam cortar por aqui e por além.
|
tree | Mas olhe que eu achava de mais, pelo menos ali num sítio onde chamam a carreira,
|
tree | a gente chama aquilo ali uma carreira de oliveiras.
|
tree | E eu andava lá até quase a acabar.
|
tree | E ele chegou lá
|
tree | e começou a : "Ó senhor Guilherme, deixe-me cá agora encaminhar esta brigada".
|
tree | Ele e depois ele estava ali a dizer para cortar: "Corte,
|
tree | corte mais a esta",
|
tree | "Se fosse a si, cortava mais aquela",
|
tree | "Corta mais ao outro, mais ao outro"
|
tree | e deixava-me só os paus próprios dentro da oliveira, que faziam mal, que não deviam de ir lá ficar.
|
tree | Que é o é uns ladrões completamente para cansar a árvore.
|
tree | É que cansa mesmo a árvore.
|
tree | Acabar tudo.
|
tree | Eh!
|
tree | Aquilo não me estava a calhar bem .
|
tree | O patrão no outro dia chega ao pé de mim: "Olhe cá, esteve cá o engenheiro"?
|
tree | "Esteve, esteve.
|
tree | Esteve cá o engenheiro".
|
tree | Depois ele: "Olhe, mas então onde é que ele andou"?
|
tree | "Olhe, em tal banda.
|
tree | Andou em tal banda assim, assim,
|
tree | mas o serviço não ficou nada bom".
|
tree | "Não ficou"?
|
tree | "Pois não".
|
tree | Como eu estive ali um bocadito calado, diz ele para mim: "Amanhã vai lá abaixo com uma caldeira com cal
|
tree | e marca as oliveiras que você diz que ele que marcou".
|
tree | assim: "Está bem.
|
tree | Vou logo que o senhor doutor mandar,
|
tree | mas quase que não é preciso".
|
tree | "Onde é que é"?
|
tree | "É em tal banda assim, assim.
|
tree | O senhor logo vê as oliveiras.
|
tree | Elas estão lá,
|
tree | aquilo até me parece quase as bandeirolas que está quando é nas festas, nos coretos das músicas,
|
tree | aquilo só no ar
|
tree | aquilo parece bastante".
|
tree | O homem não vinha bom!
|
tree | Era um, era um Era doutor mas não era engenheiro.
|
tree | INF2 Tem um nome, às vezes.
|
tree | INF1 Era um chamado que era ali do coiso.
|
tree | Bom, andou a est- a estudar mas não acabou o exame,
|
tree | não acabou o coiso curso.
|
tree | E aquele, ele com certeza – peço desculpa –, mas ele com certeza que devia tinha acabado de almoçar há pouco tempo quando ele lá chegou.
|
tree | E teve E foi o que eu notei: "Aquilo acabou de almoçar
|
tree | e depois veio para aqui fazer isto".
|
tree | Já se sabe o que é.
|
tree | Depois Depois ele vinha para cima,
|
tree | eu andava com os homens até acolá lá à borda da estrada.
|