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tree | INF Lembra, sim senhora, muito bem.
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tree | INF Olhe, o linho tem muita coisa, [pausa] muita coisa que se lhe diga.
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tree | Olhe, [pausa] se a se for a explicar tudo o que dá o linho…
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tree | O c- o O trabalho que dava o linho
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tree | é a coisa que dá mais trabalho!
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tree | Dá mais trabalho do que dava o pão.
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tree | Bom, vamos lá, primeiro era semeá-lo.
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tree | Depois, já nem valia a pena em falar em [vocalização] em mondar, que também tinha que ser mondado,
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tree | mas se quiserem era regar.
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tree | Depois era arrancado e era o.
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tree | Tinham, então, chamavam-lhe um restelo para para tirar a baga do linho.
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tree | É porque [vocalização], pa- [vocalização] Era a semente.
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tree | Tinha a semente daquela baga
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tree | e não a deixavam…
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tree | Ou senão, tinham que deixar amadurar aquela semente no no linho e punham-no assim todo empinado, para amadurar a semente.
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tree | Mas quando [vocalização] para não ir aquela semente, mais mais depressa , tinham o restelo, tiravam-lhe aquela semente toda.
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tree | INF No restelo.
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tree | INF O restelo.
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tree | O res- O restelo, restelo, era o parece que era o restelo, para tirar a baga.
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tree | Mas se não queria, não a tiravam.
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tree | E depois era enlagado.
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tree | [pausa] Ia para a água.
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tree | Estava nove dias [pausa] a curtir numa charca de água.
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tree | INF Nove dias a curtir numa cha-, n- [vocalização] numa charca de água.
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tree | E era preciso que a água andasse quente!
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tree | Se a água andava fria, já custava ficava lá mais a curtir.
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tree | E ao fim daqueles nove dias, [vocalização] tiravam-no, [pausa] enxugavam-no bem enx- enxuto, levavam-no para [vocalização] para casa.
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tree | E aquilo era amaçado com u-, com u-.
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tree | Tinham um maço de propósito, [pausa] ou um pau com onde lhe pegavam, e [vocalização] e assim um grosso, muito grosso, e só uma mãzeira para pegarem ao pau.
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tree | Era maçado, maçado…
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tree | Até maçá-lo bem maçado.
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tree | INF Em cima d-, du- [vocalização] duma pedra, mesmo.
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tree | Ou dum pau.
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tree | Havia ali um pau para maçar aquele linho bem maçado.
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tree | E depois era esmouçado.
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tree | mãos, aquilo era tudo esmouçado,
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tree | ficava só quase já o [vocalização] aquela pragana quase a sair.
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tree | E depois, então, a própria mulher que o maçava…
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tree | Havia outra com uma espadana com um corcho
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tree | e [vocalização] e com a espadana era espadanado.
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tree | Tiravam-lhe [vocalização] Ficava, então, aquelas – chamavam-lhe uma estriga.
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tree | Empilhavam o linho assim be- muito bem empilhado, chamavam-lhe uma estriga.
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tree | E cada [pausa] cada Já não sei quantas estrigas punham para para uma meada.
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tree | E depois [vocalização] arranjavam aquelas estrigas
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tree | e [vocalização] e iam até, às vezes, elas arranjar aqueles…
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tree | Todas juntas [pausa] iam a um restelo – que chamavam um [vocalização] restelo –, que era com uma coisa com muitos bicos, [pausa] um pau [pausa] com muitos bicos.
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tree | E tinha:
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tree | é esta, por uma comparação, era assim.
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tree | Esta parte, os bicos eram mais ralos e mais grossos.
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tree | E esta parte, eram os bicos mais miúdos e mai- e mais bastos.
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tree | Primeiro passavam no aquele linho [pausa] naqueles mais ralos;
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tree | [pausa] e depois vinham ao mais basto.
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tree | E o que lhe tiravam, do linho [pausa] – ficavam aquelas estrigas [pausa] – era o linho [pausa] fino; e o que tiravam era a estopa.
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tree | Era então fiado tudo à parte.
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tree | E depois aquilo arranjavam aquelas molhadas…
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tree | INF É um… Esse é que era [vocalização]… Era um restelo.
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tree | Esse era o restelo.
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tree | INF Era, era O dos bicos era o sedeiro.
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