dele<
tree | e eu fui dizer a minha,
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tree | não era palavra nenhuma…
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tree | Nem eu tinha palavra nenhuma da cantiga dele, nem ele da minha.
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tree | Ele foi buscar um outro afundamento, uma outra coisa qualquer, pois.
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tree | E eu tinha cá um outro afundamento.
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tree | Eu sou assim: quando faço uma cantiga, pergunto um [pausa] um rumo, para ir naquele rumo sempre.
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tree | Ou Ou há-de ser uma cantiga feita só dedicada àquele artigo ou então não vale a pena a gente estarmos…
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tree | Ora falamos no no céu, ora falamos na terra,
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tree | não é nada que se pareça.
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tree | Ou é tudo à terra, ou é tudo ao céu.
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tree | E o homem, como não é profissional – mesmo eu também não sou, porque eu não sei ler nem escrever, não posso ser profissional,
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tree | não é nada prévio…
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tree | E o homem, que sabe ler e escrever, o homem aplicou umas outras coisas que eu, mais das palavras, nem nem sabia o que é que o que é que elas queriam dizer.
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tree | Mas eu como não sabia ler,
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tree | é claro…
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tree | Mas todos sabem muito bem [pausa] as palavras o que é que querem dizer.
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tree | Embora elas não sejam bem, bem declaradas, bem explicadas,
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tree | mas já todos sabem,
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tree | é dirigida àquele lugar.
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tree | E então o homem ficou muito admirado
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tree | e, às vezes, quando lá por lá vai alguém: "Então o Gastão ainda é vivo?
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tree | Ainda"?
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tree | "Eh, dê-lhe lá recomendações minhas.
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tree | Eu ainda me não esqueceu,
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tree | hã"?
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tree | E trazem-me, às vezes, aquelas notícias.
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tree | E, às vezes, já tenho ido aí pela estrada, às vezes, até no no carro dum filho meu e passarmos por ele – vai a caminho da venda –
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tree | e eu digo para o meu irmão Gentiliano: "O tio Gendolfo aí vai".
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tree | E então o homenzito canta também umas cantigas [pausa] boazinhas, mas poucochinhas.
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