tree | INF Era a caça ao gambozino.
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tree | Não se esqueça.
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tree | [pausa] O meu pai que Deus tem – Deus lhe perdoe, Deus lhe perdoe, pois…
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tree | Houve uma coisa dessas dos gambozinos, uma parte…
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tree | Sempre há marotos!
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tree | INF Pois.
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tree | Sempre há marotos!
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tree | E então combinaram para ir à caça do gambozino.
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tree | Pois.
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tree | Onde o meu pai, que Deus tem – o meu pai é, que Deus tem, é que contou que fez aquela parte.
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tree | E então quem é que vai bater?
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tree | Havia a porta daquelas daquelas vinhas – não é? –,
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tree | havia vinhas,
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tree | e então havia aquelas grandes.
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tree | E havi- E na porta das vinhas havia um biqueirão por onde a água corria.
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tree | Vinha de dentro das vinhas,
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tree | ia andando,
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tree | a água vinha nas cheias,
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tree | havia aquela porta daquele biqueirão.
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tree | "Olha, vais-te lá prantar.
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tree | Vamos ao gambozino, que é lá que vai o gambozino,
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tree | e a gente daqui damos aqui uma uns arrulhos e tal,
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tree | e tu vais-te lá prantar com a saca".
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tree | Bom, o meu pai, que Deus tem, pega nele: "Sim senhor, ó minha vida",
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tree | pega na dita saca
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tree | e foi-se prantar lá em baixo à porta desse, de- dessa azenha.
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tree | E eles cá dentro deram um arrulho
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tree | e [pausa] e partiram
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tree | e vieram-se embora para casa, para as arramadas.
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tree | deitar.
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tree | Meu pai, que Deus tem, esperou,
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tree | esperou,
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tree | esperou,
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tree | esperou,
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tree | esperou,
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tree | esperou,
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tree | esperou,
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tree | não viu mais nada.
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tree | Pensou: "Ah ladrões, então isto não aparece aqui nada"!
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tree | Deixou,
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tree | embora.
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tree | Chegou lá,
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tree | estavam eles todos a dormir!
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tree | Depois ele: "Deixa estar, filhas da puta, que eu já te digo.
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tree | Deixa estar que já te digo".
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tree | E neste tempo usavam sapatos.
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tree | [pausa] Pois.
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tree | Usavam sapatos…
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tree | [pausa] Vai ao pé dos sapatos dum,
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tree | para fora,
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tree | arreia a calça:
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tree | tã-tãi, uma cagadela lá dentro!
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tree | Uma cagadela lá dentro.
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tree | Pegou nos sapatinhos – eles estavam dormindo –
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tree | e pôs no mesmo sítio.
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tree | Pronto.
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tree | Bom, [pausa] no outro dia de manhã, o gajo alevanta-se para calçar os sapatos,
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tree | [pausa] vai ver enfiar o pé e ah!
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tree | Tudo Tudo tapado em, em Risos em cocó, broas,
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tree | diz ele assim: "Ah ladrões!
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tree | Quem seria o ladrão"?
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tree | Diz o meu pai que Deus Deus lhe perdoe assim nesse tempo:
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tree | "Olha, então não sabes quem foi"?
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tree | "Eu não".
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tree | "Então, isso foi os gambozinos, pá!
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tree | [pausa] Foi os gambozinos.
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tree | Vocês vieram aqui,
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tree | a dormir,
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tree | vê lá que os gambozinos até merdaram para dentro da saca.
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tree | Pois.
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tree | Deixa lá que os gambozinos até merdaram para dentro da saca".
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tree | "Qual gambozinos nem gambozinos!
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tree | Fostes tu"!
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tree | Depois quiseram quiseram dar porrada no meu pai, que Deus tem,
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tree | mas os outros não deixaram.
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tree | INF "Tu é que foste o culpado,
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tree | e tu é que foste o culpado,
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tree | portanto agora não lhe tocas.
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tree | Isso foi Isso foi os gambozinos"!
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tree | INF Foi uma história do gambozino!
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