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tree | INF1 Bom, prepara-se a terra,
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tree | o lavrador vai,
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tree | lavra [pausa] a terra duas vezes, ou até três.
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tree | É decruada e travessada,
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tree | depois é semeada.
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tree | o linho.
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tree | Passado tempo de o linho estar nascido, vai ver se há erva
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tree | e a gente monda-o;
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tree | e depois de o linho estar já grande, com a flor, a flor deita uma casulinha que é a semente.
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tree | Está pronto.
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tree | O linho O linho cresce bastante
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tree | e deita uma casulita que é a semente.
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tree | Depois a semente, depois, quando está seco, a gente arranca o linho
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tree | e sacode a semente para qualquer coisa – num toldo ou qualquer coisa, como a gente lhe chama;
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tree | não pode ser na terra, no chão, não é? –,
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tree | e [vocalização] aquela semente guarda-se;
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tree | o linho, depois, quando está bem seco, aquele, o cana a cana do linho vai-se a levar para o ribeiro, para o rio;
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tree | está lá oito dias.
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tree | A gente vai ao ribeiro –
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tree | chamamos até uns ribeirozinhos onde íamos metê-lo –,
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tree | e tapava-se,
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tree | com muitas pedras, para ele não vir acima,
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tree | ficava no fundo;
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tree | passados oito dias, a gente ia tirar o linho,
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tree | ali por aquelas [vocalização] terras fora ou um que estivesse em volta,
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tree | ali o linho;
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tree | e depois ia-se buscar,
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tree | quando estivesse seco ia-se buscar.
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tree | Quando houvesse vagar e se pudesse, chamavam-se [vocalização] mulheres – que lhe chamavam as maçadeiras –
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tree | com umas maças, maçavam, maçavam, maçavam;
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tree | depois de maçar, uma delas, ou duas ou três – conforme era o linho das pessoas e que eles aqueles que tivessem muito –, com umas com uns panos de estopa, esfregavam, esfregavam muito bem esfregadinho;
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tree | depois de esfregado iam para uns coisos de cortiça – que lhe chamavam uns cortiços –,
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tree | e elas punham aquilo
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tree | e, com uma espadadela, espadavam,
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tree | espadavam até ficar bem espadado;
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tree | depois de espadado – mais ou menos, depois passado uns tempos, não era logo tudo assim umas coisas atrás das outras, não é? –,
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tree | passado uns tempos, iam a [vocalização] [pausa] o restelo,
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tree | parece que era restelo que chamam, o restelo, a restelá-lo para ficar…
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tree | Tiravam o melhor
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tree | e ficava o mais ruim.
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tree | Tiravam o linho melhor
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tree | e ia ficando o outro que se chama estopa, que era a mais grossa;
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tree | e depois faziam aquilo nas estribas – chamavam estribas –, passado quando pudessem,
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tree | durante o Inverno é que se fiava,
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tree | nas rocas
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tree | e fiava-se.
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tree | Aquele melhorzinho era o linho – o linho fino, fiado donde é que vem o lençol, que se pode ver,
tree | aquilo é que era linho –
| tree | e o outro era estopa, que depois faziam [vocalização] colchões, que eram colchões de palha, que se metia
| tree | não era só a palha que há agora, os colchões e isso.
| tree | E agora desses colchões, sacos…
| tree | casas ricas havia sacos para…
| tree | Não havia sacos como é agora,
| tree | é sacos de estopa para a sementeira, para as colheitas, para o cereal e isso,
| tree | era esses sacos.
| tree | INF2 Para a eira.
| tree | INF1 Para levar para as eiras.
| tree | E sacos, ainda no outro dia fiz um jogo, bem bonito e a Clara também dirá terá, desses sacos grossos.
| tree | INF1 Desses sacos grossos, de que que eram antigos.
| tree | Eram antigos.
| tree | Eu tenho ali ainda alguns.
| tree | Uns bocados que ainda é para fazer alguma coisa, mas a minha idade já não me permite fazer muito.
| tree | INF2 Não, não!
| tree | INF1 E E de maneira que se fazia assim.
| tree | A i- Ah, mas ainda não disse:
| tree | depois de, do disso, de estar compostinho, ia ao tear.
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