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| tree | INF Então a gente faz sempre [vocalização] da forma do costume de dos nossos antigos.
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| tree | Fazia sempre.
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| tree | INF Ele a gente fazia em tempo era em três dias.
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| tree | Agora [vocalização] habituaram-se a fazer em dois, [pausa] a maioria.
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| tree | INF Em três dias era a mesma coisa,
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| tree | mas levava o fim-de-semana aquela festa.
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| tree | Mas depois mudaram para dois dias,
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| tree | a gente faz em dois dias.
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| tree | A gente mata o porco da manhã.
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| tree | Quando chegam, a gente oferece biscoitos e [vocalização] …
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| tree | INF Quando chegam os convidados, [pausa] as nossas famílias e alguma pessoa amiga.
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| tree | INF Ele eu não sei.
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| tree | Ele eu em tempo, tínhamos muitas,
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| tree | mas agora morreu as minhas famílias,
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| tree | só tenho agora o meu filho e a minha nora, e os meus três netos,
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| tree | e é o sogro e a sogra de [vocalização] do meu filho
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| tree | e é a sua avó.
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| tree | Essas pessoas que a gente tinha…
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| tree | INF E a gente cá de casa, os dois.
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| tree | INF Os vizinhos vêm, às vezes, à noite, ver o porco.
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| tree | Outras vezes, não querem vir à noite [pausa] passear,
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| tree | vêm noutro dia da manhã ver o porco.
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| tree | E da manhã, quando a gente mata, a gente oferece biscoitos e aguardente.
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| tree | [pausa] Em tempo, era assim.
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| tree | Agora desde que o meu filho se mandou e casou, a gente faz tudo é à moda da Ribeirinha.
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| tree | Eles chegam,
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| tree | [pausa] vão é…
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| tree | INF É.
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| tree | Vão é almoçar.
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| tree | [pausa] E depois do almoço põem em cima da [vocalização] da mesa, em duas mesas, duas bandejas com biscoitos, [vocalização] e aguardente para aqueles que querem.
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| tree | Depois vão apanhar o porco
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| tree | e vão matá-lo.
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| tree | Depois vão chamuscá-lo.
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| tree | [pausa] E depois daí, [vocalização] na altura que está chamuscado de um lado, [vocalização] vão com biscoitos…
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| tree | Ele é cavacas que é assim uma coisa mais leve – para não ter mais demora – e uns rebuçados para eles comerem.
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| tree | Depois ficam a acabar de chamuscar,
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| tree | ele viram o porco,
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| tree | tornam a [vocalização] chamuscar.
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| tree | E ao cabo de chamuscar, vêm para dentro,
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| tree | vão almoçar.
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| tree | INF É [vocalização] Almoça-lhe [vocalização] é o que a gente tem.
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| tree | É o queijo e o pão, queijo de peso e pão de trigo, e [vocalização] café.
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| tree | E depois vão para fora lavar o porco.
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| tree | INF Os homens
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| tree | e há mulheres que vão.
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| tree | Mas eu nunca vou
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| tree | porque também em casa do meu pai eu não ia.
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| tree | Porque nós ali apanhamos-lhe o vinho .
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| tree | Fui dois dias
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| tree | mas disse-lhe que não ia mais.
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| tree | Vindimavam quinze dias
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| tree | [pausa] e estive quatro dias de vindima,
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| tree | também não me convinha.
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| tree | Depois, daí, [vocalização] vão lavar antes de lavar as tripas eles vêm para dentro,
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| tree | pão e [vocalização] daquele sangue cozido que [vocalização] que vai para a morcela e gua–.
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| tree | INF No primeiro dia.
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| tree | INF É, sim senhora.
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| tree | Então [vocalização] pegam no sangue,
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| tree | depois cozem umas postas que é para o sarapatel e dessas postas,
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| tree | se tem bastante – que às vezes ele fica com ele dentro em si –, depois botam-lhe o alho, malagueta,
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| tree | e comem com pão.
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| tree | E bebem vinho os que gostam
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| tree | e os que não gostam comem biscoitos.
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| tree | Depois ele desmancha-se as tripas,
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| tree | vão lavá-las.
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| tree | INF Os homens [pausa] vão lavar.
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| tree | INF Toca a lavar!
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| tree | Não senhora.
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| tree | [vocalização] O meu filho fica, à direita, na Ribeirinha, quem vai para a Esperança.
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| tree | E vê-se mais gente
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| tree | que é ali talvez como ali ao pé daquele tonel.
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| tree | [vocalização] É os poços da Ribeirinha.
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| tree | Tem ali água ao pé.
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| tree | E tem uma cisterna de água.
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| tree | Depois, daí, eles ficam a lavar as tripas.
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| tree | [vocalização] E o jantar está a andar.
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| tree | [pausa] Toca a ir tirar o jantar, para comerem.
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| tree | Depois um vai tratar do seu gado,
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| tree | um vai para aqui,
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| tree | outro vai para ali,
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| tree | outros ficam a jogar às cartas.
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| tree | Depois os outros desembaraçam-se<
| tree | e vêm,
| | tree | estão todos juntos.
| | tree | Quando é à noite, estão para ali a fazer serão, a jogar às cartas, outros a tocar, cantarem,
| | tree | outros é a ver televisão, outros a ouvir gira-discos.
| | tree | É assim.
| | tree | E passa [vocalização] – às vezes ele a jogar – a ceia às vezes para as duas, três horas.
| | tree | Mas ele já há uns anos o meu homem anda muito doente.
| | tree | à noite –
| | tree | e depois também tenho os meus bichos:
| | tree | "Quero-me ir embora".
| | tree | [pausa] Ai, meu Deus!
| | tree | E [vocalização] E no outro dia então, da manhã, desmancham o porco [pausa] para salgar.
| | tree | E tiram-lhe o que é dado, pois ele o que é para o para os torresmos.
| | tree | água e sal,
| | tree | e depois daí – daí a uma hora, ou hora e meia – tiro-os da água e sal,
| | tree | fazem o molho de vinha-de-alhos com alho e [vocalização] vi [pausa] alho e malagueta e canela.
| | tree | Botam aquilo por cima,
| | tree | uns canados de vinho
| | tree | e mexem muito bem,
| | tree | aquilo fica como o molho de vinha-de-alhos.
| | tree | Ainda quando é ali à [vocalização] à tardinha, bota-se a derreter,
| | tree | aquilo ficam loirinhos, muito lindos, e a cheirar que consolam!
| | tree | E ali fica uma esborradeira cheia com torresmos de vinha-de-alho.
| | tree | Quando aí era, às vezes, daí a dois dias ou três, que é para ficar tenrinho, derretem os torresmos de vinha-de-alhos
| tree | e dão a ceia.
| | tree | E [vocalização] E [vocalização] salgam o bucho.
| | tree | Depois o bucho é picado todo aos bocadinhos e a cabeça do porco.
| | tree | E depois cozem-na com feijão branco ou com macarrão,
| | tree | outros é com arroz.
| | tree | É conforme as pessoas gostam.
| | tree | É assim.
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