tree | INF1 Mas era sempre…
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tree | E depois, sabe como é,
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tree | [pausa] [vocalização] aquilo aquilo era prejudicial.
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tree | INF2 Era um tempo…
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tree | INF1 Era uma alimentação muito diferente.
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tree | Se aquilo Eu estou convencido se a alimentação de agora fosse [pausa] a que era quando eu nasci, metade da gen- da gente já tinha morrido.
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tree | INF2 Mas naquele tempo duravam [pausa] até aos cem anos!
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tree | INF2 E ele comiam isso, que era era carne gorda, toucinho…
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tree | INF1 Pois era.
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tree | INF1 Mas a senhora não sabe porquê?
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tree | INF1 A senhora não sabe porquê?
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tree | A senhora não sabe donde é que vem a doença?
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tree | INF2 Não sei, não.
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tree | INF1 Eu digo-lhe porque é muito simples.
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tree | A gente é que não dá por ela.
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tree | É que naquele tempo era a comida má, mas era o ar [pausa] bom.
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tree | INF2 Sim.
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tree | Agora não.
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tree | INF1 E agora, é o ar fraco e a gente…
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tree | Eu não tenho balança para pesar,
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tree | mas parece-me que é bem melhor o ar bom do que a comida.
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tree | INF1 É que muita gente pensa-se que o maior perigo…
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tree | INF1 A água!
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tree | Mas o ar é essencial
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tree | INF1 e é o que se respira a todo o momento.
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tree | Basta dizer que não se pode estar muito tempo sem ar.
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tree | INF1 E o ar está completamente como a água do rio.
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tree | INF2 Do rio,
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tree | pois é.
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tree | INF1 O ar está todo estragado, todo estragado.
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tree | INF1 E é daí que é doenças disto, doenças daquilo, é doenças nos gatos…
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tree | Dantes os gatos e os cães, quantos ficassem, quantos se não matassem quando nasciam, só morriam depois de velhos ou de acidente.
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tree | INF2 É, é.
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tree | INF1 Não havia exemplo dum gato doente, nem dum cão doente, nem nada disso.
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tree | INF1 Depois apareceu [vocalização] a coisa.
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tree | Como é que se chamava aquilo, nos cães, quando foram vacinados?
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tree | INF1 O danado.
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tree | A raiva.
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tree | O danado.
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tree | Mas aquilo felizmente acabou.
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tree | INF1 Há muitos anos que não há exemplo dum cão danado.
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tree | INF2 É.
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tree | INF1 Mas quer saber uma coisa, minha senhora?
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tree | INF1 Quer saber uma coisa?
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tree | Morreram muitos cãezinhos…
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tree | INF2 A senhora é capaz de estar aí no sol ?
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tree | INF1 A senhora chegue-se cá mais para dentro um bocado
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tree | que eu disse para estarem à vontade.
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tree | INF1 Pode passar aqui para este lado.
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tree | INF1 Estejam à vontade.
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tree | INF1 Sabe uma coisa?
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tree | INF1 Morreram muitos cãezinhos que estavam tão danados como eu, [pausa] percebeu?
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tree | E morreram por danados.
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tree | Mas o danado era a fome, percebeu?
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tree | É que isso também não era como agora.
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tree | Dantes um cão vadio morria à fome
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tree | e não levava muito tempo.
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tree | Começava a andar aí só com a pele e com os ossos
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tree | que não arranjava nada em lado nenhum,
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tree | que não se botava nada fora.
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tree | INF1 E os cães vadios, que eram muito menos os cães vadios do que há agora…
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tree | Porque agora há aí zonas com cadelas com ninhadas de cães todos gordos, todos todos gordos, vadios.
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