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tree | INF Oh, era batatas…
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tree | É o que a senhora quer fazer, não é?
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tree | INF Feijões, muito mais que agora.
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tree | Que [vocalização] agora nem se pode semear feijões nem coiso,
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tree | puseram isto tudo aí em [vocalização] [pausa] em reservas de caça.
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tree | INF Porque isto até havia de ser proibido, porque [vocalização] os terrenos são retalhados, muito retalhados.
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tree | É um que tem aí um bocadinho,
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tree | é outro que tem outro bocadinho,
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tree | outro tem um bocadinho…
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tree | Agora nem se consegue semear!
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tree | O ano passado se- gastei quarenta contos numa seara,
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tree | [vocalização] semeei-a de feijão,
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tree | ficou semeei vinte e dois quilos de feijão e [vocalização] e [vocalização], ou nove quilos de grão,
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tree | não apanhei lá um.
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tree | Os coelhos comeram tudo!
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tree | Começaram logo…
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tree | Eu pus veneno,
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tree | eu pu- eu punha espantalhos,
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tree | eu punha…
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tree | Punha lá o que pusesse!
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tree | Dois, três dias, afastava-os.
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tree | Depois começavam outra vez,
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tree | começaram que ele só deixaram o restolho, pronto!
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tree | Não, não Não deixaram nada.
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tree | Antigamente não era assim.
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tree | Antigamente havia…
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tree | O caçador era livre – não é? –
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tree | e, e apanha- e a caça era:
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tree | era três meses de caça todos os dias.
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tree | INF Quem quisesse caçar caçava.
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tree | O dono da fazenda ia para a fazenda,
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tree | levava uma espingarda
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tree | e [vocalização] e de manhãzinha apanhava um coelho ou dois, ou uma perdiz,
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tree | depois ia trabalhar;
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tree | INF à no- à tardinha vinha para casa,
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tree | apanhava mais um coelho ou dois, e coisa,
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tree | e os coelhos, havia mais desbaste aos coelhos.
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tree | INF Agora não.
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tree | Agora é três meses
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tree | mas é só ao domingo e feriados [pausa] e quintas-feiras.
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tree | INF Quer dizer, apanha dezassete dias de caça, ou dezoito, um um ano.
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tree | INF Pois, no total.
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tree | E o coelho, a criação é muita.
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tree | E depois, agora, eles puseram isto em como sócios só de caça-;
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tree | caçadores, só em sócios.
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tree | São muito poucachinhos porque os de fora não podem cá vir.
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tree | INF Nem eu.
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tree | Eu não sou sócio,
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tree | sou contra essas coisas…
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tree | INF Passei a não ser sócio,
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tree | não quis ser sócio.
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tree | INF E eu tenho o prejuízo:
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tree | tenho uma licença de caça,
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tree | tenho um porte de arma – como outro qualquer – e uma espingarda,
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tree | e não posso lá ir caçar dentro daquilo que é meu.
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tree | INF Pois, sim senhora.
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tree | Uma injustiça mesmo!
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tree | INF É uma injustiça mesmo.
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tree | A gente tem o [vocalização] prejuízo
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tree | e e, no fim, com a licença de caça e tudo, não se podemos caçar desde que a gente não pague ali [vocalização] à sociedade.
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tree | INF Temos que pagar dez contos de entrada;
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tree | temos que pagar [vocalização] de seis em seis meses cinco contos…
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tree | Isto é uma, é um [vocalização] é uma roubadeira!
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tree | INF Não é?
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tree | É só uma roubadeira.
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tree | Não tem lucro nenhum.
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tree | O caçador não tem lucro nenhum.
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tree | INF Pois então!
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tree | Pois se as fazendas são nossas, a gente é que tem os prejuízos, a gente é que está a criar a caça!
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tree | Tiramos uma licença de quatro contos ao Estado,
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tree | um porte de armas de [vocalização] de cinco contos e tal,
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tree | mais três contos e tal de de seguro de de espingarda,
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tree | e [vocalização] passa paga-se um conto de réis de uma uma vacina dum cão,
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tree | mais um conto de réis de duma licença dum cão…
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tree | Então, a gente tem gasta uns poucos de contos na, na nas licenças, e tudo,
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tree | e não tem ordem de caçar naquilo que é nosso?!
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