| tree | INF Tantas pessoas que há com estudos
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| tree | e não e não são capaz de dizer o que eu digo.
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| tree | INF Mas é o meu sentido que puxa.
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| tree | Pois.
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| tree | Parte das vezes não preciso estudar,
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| tree | as coisas ao sentido,
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| tree | e começo a [vocalização]…
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| tree | Ou parte das vezes ou ou escrevo ou [vocalização] para fixar para mor de não me esquecer,
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| tree | ou fico com as coisas fixadas cá no sentido.
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| tree | Agora isto, bem como isto, é uma conversa que a gente ouve aí a cada passo.
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| tree | INF Qualquer pessoa diz isso [pausa] aí.
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| tree | INF Sim senhor.
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| tree | INF É diferente.
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| tree | INF Sim senhor.
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| tree | INF [vocalização] E hoje já não há difere-, não já se não diferença tanto
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| tree | porque, hoje, o povo de Reguengos está já mais educado que o que estava antigamente.
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| tree | INF O povo de Reguengos era o povo mais selvagem que havia.
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| tree | E hoje, mesmo assim, hoje está mais educado.
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| tree | Dantes, a gente ia lá…
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| tree | A gente, eu, eu não Eu ia lá,
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| tree | estava lá meses e meses –
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| tree | que eu tinha lá fa- as minhas famílias –,
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| tree | ia para lá,
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| tree | estava lá meses
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| tree | e toda a gente me conhecia.
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| tree | Mas o Reguengos teve tempo que uma pessoa que lá ia, de fora, pouca vez de lá abalava sem sem o espinhaço sofrer, ou a cara.
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| tree | Pois.
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| tree | E de maneiras que, vai-se a ver,
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| tree | era estúpido.
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| tree | O Reguengos era estúpido.
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| tree | Mas hoje mesmo assim já escapa.
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| tree | Já [vocalização] Já é uma gente que se pode lidar qualquer coisa.
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| tree | Sim senhora.
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| tree | INF [vocalização] Quase todas fazem diferença.
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| tree | O Carrapatelo é um povo com pouca educação.
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| tree | Eu sou um homem que não tenho educação nenhuma.
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| tree | A maior parte das palavras não as sei dizer.
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| tree | E nem E nem tenho essa tabela.
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| tree | E [vocalização] chega-se ali a São Pedro,
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| tree | há aí pessoas já educadas, que até têm vindo aqui à minha casa, já para, para eu para eu lhe explicar certas coisas.
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| tree | Pessoas!…
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| tree | Já aqui chegou um com o sétimo –
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| tree | era para fazer o sétimo ano –
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| tree | e veio aqui à de mim para o eu encaminhar.
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| tree | Porque ele tinha feito já seis exames,
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| tree | tinha sempre ficado bem.
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| tree | E estava receoso com o sétimo ano,
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| tree | e veio aqui enf- [vocalização] falar comigo para eu para eu o encaminhar.
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| tree | Quando o Quando o moço me disse:
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| tree | [pausa] "Ó tio Hermes, eu venho cá porque eu vou a fazer o sétimo ano
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| tree | e [vocalização], vai-se a ver,
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| tree | estou receoso.
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| tree | Ainda não fiquei mal vez nenhuma do exame
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| tree | e agora estou receoso com o sétimo ano.
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| tree | E não gostava de ficar mal".
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| tree | E eu o que é que faço?
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| tree | assim:
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| tree | "O que é que você quer que eu lhe diga do sétimo ano?!
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| tree | Eu tenho a segunda classe mal aprendida".
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| tree | "Mas o senhor sabe"!
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| tree | "Mas sei o quê"?!
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| tree | "Sabe, sim senhor".
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| tree | Digo:
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| tree | "Ora esta"!
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| tree | Eu fiquei sem pinga de sangue, sem saber o que havia de dizer.
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| tree | "Bom, você diz que eu que sei.
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| tree | lá o que é que que eu sei".
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| tree | "Mas eu não sou capaz de lhe dizer".
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| tree | Começo a experimentá-lo,
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| tree | a dizer:
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| tree | "Então é isto,
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| tree | é isto"?
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| tree | "Não senhor".
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| tree | "É aquilo"?
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| tree | "Não senhor".
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| tree | "É doutro"?
|
| tree | "Não senhor".
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| tree | "É desta maneira"?
|
| tree | "Não senhor".
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| tree | "É da outra"?
|
| tree | "Não senhor".
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| tree | aí umas quinze ou dezasseis vezes, até que ch- que lhe dei uma palavra que ele que eu até já me não lembra como ela foi.
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| tree | [pausa] Dei-lhe uma palavra que ele fez-me assim:
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| tree | "É por aí que eu quero ir"!
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| tree | "Bom, se é por aí que você quer ir, então vamos então [vocalização] a falar".
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| tree | em dizer coisas
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| tree | e ele escrevendo.
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| tree | Eu dizendo
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| tree | e ele escrevendo.
|
| tree | Eu dizendo
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| tree | e ele escrevendo.
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| tree | Ele trazia um livro,
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| tree | foram só dezoito páginas que enchemos.
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| tree | E depois levou aquilo para a esco- E passou-o depois,
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| tree | para ficar mais limpo, passou-o para outro livro.
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| tree | E levou aquele livro lá para a escola –
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| tree | que ele andava em Évora à escola.
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| tree | Levou aquele livro lá para a escola.
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| tree | lá ao professor dele.
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| tree | O homem começou a ler aquilo
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| tree | e levou para a casa dele.
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| tree | Já lho tem pedido,
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| tree | que não, que não lho dá.
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| tree | Vê, um homem analfabeto, faz de conta!
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| tree | E o professor diz que não lho dá, e que não lho dá, e que não lho dá.
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| tree | Com que ele tornou a fazer outro
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| tree | porque tinha cá a cópia.
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| tree | Tornou a fazer outro.
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| tree | Já aqui Já aqui veio para lhe eu f- dizer coisas e ele escrever para a FAOJ de Évora.
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| tree | A FAOJ de Évora.
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| tree | Tem lá muitas coisas minhas!
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| tree | INF Sim senhor.
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| tree | Se for à FAOJ de Évora perguntar pelo por as minhas coisas, talvez lá as encontre.
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