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| tree | INF1 Havia sim senhor.
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| tree | Havia um lobisomem chamado Azor Belmiro Aquiles Benjamim.
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| tree | INF2 O Aquiles era Aquiles Benjamim.
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| tree | INF1 Havia um lobisomem chamado Aquiles.
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| tree | Havia [vocalização] Havia também um Aquilino.
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| tree | INF3 Havia muitos!
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| tree | INF1 Havia muitos
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| tree | mas um eu conheci o Aquilino.
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| tree | Fazia albardas
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| tree | [pausa] e assim metia-se do…
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| tree | Era borracho.
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| tree | Era bom…
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| tree | Era assim borracheiro, [vocalização] de bebida.
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| tree | INF3 Metia-se nos copos.
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| tree | INF1 Bebia.
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| tree | E depois, quando estava bêbedo, dizia o nome delas todas.
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| tree | Estava três, quatro dias de cama das porradas que elas lhe davam.
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| tree | cada caldeirada de porrada,
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| tree | diz ele assim: "Oh! Andei com…
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| tree | Esta noite andei com aquela às costas".
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| tree | "Andei com assim"…
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| tree | Ah, elas sabiam,
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| tree | vinham a casa,
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| tree | tantas, tantas, tantas que ficava de cama.
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| tree | Era esse.
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| tree | E o Aquiles E o Aquiles Benjamim, a mãe sabia que ele era lobisomem
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| tree | e diz: "Ai, tirar a sina do meu filho, [pausa] tirar a sina do meu filho"!
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| tree | Diz ela assim: "O que há-de eu fazer"? –
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| tree | ó Aristógenes, então?
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| tree | INF2 Então, quem quer falar, aqui não há .
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| tree | INF1 "O que há-de eu fazer"?
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| tree | Diz as vizinhas assim: "Para tirar a sina do meu filho, diz que queimado"…
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| tree | Aristógenes, então assim não se entende,
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| tree | eu estou falando
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| tree | e estou com a ideia em ti.
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| tree | INF4 Ele já se cala,
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| tree | ele já se cala.
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| tree | INF2 Fala tu, que eu…
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| tree | INF1 Não,
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| tree | então estou com a ideia em ti.
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| tree | E diz ela assim: "O que é que há-de se fazer"?
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| tree | "Ó vizinhas, a gente tem que queimar a roupa dele".
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| tree | "Tem que queimar a roupa dele,
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| tree | mas como é que se queima,
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| tree | como é que se faz isso"?
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| tree | Não sabia,
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| tree | diziam elas assim: "Olhe, mais experiência"…
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| tree | Que eles tinham mais experiência, que já ouviam dizer.
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| tree | Diz assim: "Bem, apanham a roupa [pausa] dele quando se foi despir"…
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| tree | Quando estava a feição, faziam os tales serões, chamavam os tales serões da empreita, que havia aqui muita gente que se governava [pausa] era das esteirinhas.
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| tree | E depois, estava tudo em serão,
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| tree | e diz ela assim – tinha duas portas –,
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| tree | diz ela assim: "Agora vou-me eu ver" – a altas horas da noite –,
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| tree | "diz que é à sexta-feira e à terça-feira,
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| tree | agora vou-me eu ver se [pausa] o meu filho está".
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| tree | [pausa] Que ele às vezes não dava notícia.
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| tree | Sabia que ele era e, às vezes…
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| tree | "Mas, vou-me eu ver se ele está".
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| tree | Ela, às vezes, achava por falta dele.
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| tree | Ele era solteiro
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| tree | e [vocalização] foi ver:
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| tree | "Não está.
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| tree | O meu filho saiu".
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| tree | Saiu,
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| tree | mas diziam [pausa] que era da estrumeira,
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| tree | ela não deu com a roupa.
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| tree | Diz ela assim: "Oh, outro dia tenho que ir à pergunta dele".
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| tree | Tal não era a aflição,
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| tree | quando ele saiu, foram.
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| tree | A mãe foi atrás,
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| tree | foi atrás, sem…
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| tree | Aquilo era um quintal,
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| tree | <
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| tree | e vê a [vocalização] travessa, ele despir-se…
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| tree | uma travessa era onde onde é que deitavam o lixo antigamente.
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| tree | E aquilo era arrumado mesmo a Alvor, no fim de Alvor.
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| tree | E a mãe viu ele despir-se nu.
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| tree | todo nu,
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| tree | não deixou roupa nenhuma.
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| tree | E ele andou às reboletas pelo esterco.
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| tree | [pausa] Andou às reboletas pelo esterco
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| tree | e pôs a roupa num moitão.
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| tree | Aí [vocalização], daí a uma meia hora ou isso, a mãe vem contar.
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| tree | A mãe vem contar daí a meia hora
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| tree | e diz as vizinhas: "Vai buscá-la já
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| tree | e queima-a já!
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| tree | [pausa] Queima-a já na rua.
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| tree | Entre para dentro"!
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| tree | Tudo no quintal: "Queime-a já,
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| tree | fogo já.
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| tree | Vá além num instante".
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| tree | [vocalização] De maneira que foi,
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| tree | chegou ali,
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| tree | [vocalização] d- deu-lhe fogo à roupa,
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| tree | fugiu para casa.
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| tree | Não tardou um instante,
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| tree | aí está ele.
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| tree | [pausa] Aí está ele,
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| tree | havia patada nas portas,
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| tree | havia havia empurrão,
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| tree | havia…
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| tree | Eu sei lá!
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| tree | Desejava de partir tudo em casa.
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| tree | As mulheres, tudo com medo, tudo trancado e bem trancado!
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| tree | Estiveram com medo,
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| tree | não saíram a noite toda dali.
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| tree | E ele que levou…
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| tree | A luta levou…
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| tree | Não sei o tempo que a luta levou, [pausa] naquilo.
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| tree | E [vocalização] desejava de matar todos.
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| tree | E chegou a pontos que chegou a madrugada, [pausa] aquilo passou.
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| tree | Mais tarde ele punha-se: "Minha mãe, venha-me dar uma roupa para eu vestir, minha mãe, que eu já não faço mal".
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| tree | A mãe tinha medo e as vizinhas…
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| tree | "Minha mãe, venha"…
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| tree | Esteve ele nu até de manhã, com o sol, ta- dentro do quintal.
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| tree | Estava tudo cheio de medo.
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| tree | "Minha mãe, venha-me dar roupa, que eu não faço mal".
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| tree | Mais tarde, quando [pausa] já quase ao nascer do sol, a mãe jogou-lhe a roupa pela janela,
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| tree | e diz ele: "Eu já não faço mal a ninguém".
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| tree | INF3 Já tinha passado.
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| tree | INF1 Acabou a sina.
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| tree | Nunca mais se ouviu dizer que ele era lobisomem.
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| tree | a roupa.
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| tree | Pois sucedeu essa se deu cá.
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