tree | INF Eu fui um, um um escravo em escr- escravidão…
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tree | Quando quis orientar a minha vida – porque nada tinha, é claro, as coisas são assim, e eu fui um escravo –, eu cheguei a d- a me deitar ao mar, de noite, ir daqui [pausa] a remo.
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tree | deitar além à barra, de noite, ao mar, com água pelos peitos, nu, [pausa] para vencer a maré, para vencer a vida, para não voltar para trás, por causa que a maré não deixava a gente seguir.
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tree | Porque não tinha-se motores, não tinha nada.
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tree | Cheguei a ir nu.
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tree | Chegava de fora da barra, dentro do Hugo, a tremer com o frio, quase quase a rilhar com a frieza.
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tree | A gente chegávamos ao Hugo,
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tree | que não tinha medo nenhum.
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tree | Pois, e agora, agora, a pessoa já vai mais [pausa] tendo mais tremor, mais medo!
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tree | Ele nunca me olhava a nada, nunca tinha medo nenhum!
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tree | E mesmo…
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tree | [vocalização] Então, que eu, eu andei vários anos aqui à vela, ao dia.
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tree | Ia ao dia.
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tree | Mas o senhor agora pode perguntar,
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tree | pode calhar ali,
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tree | ou pode perguntar a qualquer pessoa: o tio Aprígio, o rapaz que está lá abaixo, que já foi contramestre.
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tree | Sem ser Aprígio há dois:
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tree | há o tio e o sobrinho.
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tree | Aprígio foi contramestre.
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tree | Aprígio!
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tree | E eles dizem-lhe…
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tree | Se um qualquer querer dizer mal, mas os outros não deixam.
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tree | confiança.
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