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tree | INF1 Uma cobra?
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tree | Uma eiró.
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tree | INF2 Ah!
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tree | Eiró.
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tree | É enguia
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tree | INF2 lá, é, no norte,
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tree | e cá, é eiró.
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tree | São dois nomes.
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tree | INF2 Havia e há.
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tree | INF2 E há.
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tree | Havia e há.
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tree | E eu já…
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tree | Havia muitos,
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tree | mas como o rio está [pausa] assim um pedacinho estragado,
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tree | mas há ainda.
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tree | Ainda há.
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tree | Há, bastante.
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tree | INF2 Pesca-se, quando calha.
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tree | Assim, ele passa principalmente de Inverno…
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tree | Há [pausa] o que não havia de haver:
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tree | há as fisgas que arrebentam com elas logo em pequeninas.
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tree | INF2 Que eu sou pescador e condeno.
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tree | Já tenho ali uma vara para comprar uma fisga,
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tree | mas já [pausa] vejo que é injusto,
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tree | não compro fisga.
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tree | Elas arrebentam com elas pequeninas, porque estão no criadouro, estão nos olheiros, e eles vão, traçam.
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tree | As pequeninas, traçam pelo meio – que não têm utilidade nenhuma – logo do tamanho duns alfinetes!
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tree | INF1 Põem sal para apanhá-las!
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tree | INF2 Pouco começam a crescer do tamanho duns alfinetes.
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tree | Assim como tenham da grossura do dedo mindinho ou mesmo mais pequenas, eles [vocalização] arrebentam com elas todas, lá com a fisga.
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tree | Nunca existiu a fisga!
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tree | E é proibido.
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tree | E há os faróis aí…
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tree | Isto, isto está tudo mal!
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tree | Há uns que andam hoje aí que apanham o linguado, desde pequenino, só para três ou quatro homens que se dedica dedicam à bebida.
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tree | Porque esses homens não querem trabalhar e andam sempre na bebida e vão aí ganhar quinze ou vinte mil réis, ou ou duzentos ou trezentos mil réis…
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tree | Esses, não pagam eles direitos ao Estado.
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tree | Esses, não pagam eles direitos ao Estado.
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tree | E só matam o linguadinho desde o pequenino [pausa] até o grande, [pausa] desde que eles nascem!
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tree | [pausa] Que há gente para tudo.
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tree | Enrolam aquilo com farinha
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tree | e comem.
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tree | Mas aquilo não dá lucro nenhum.
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tree | Só o que dá é que eles ganham cinquenta ou setenta mil réis ou oitenta para bebida.
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tree | Afinal aquilo é alguma fartura?!
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tree | Mas então eles podiam ir mariscar de dia,
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tree | com os pés apanhavam [pausa] cinco ou seis peixes daqueles,
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tree | vendiam…
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tree | Era lucro [pausa] para quem comia
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tree | e era lucro para toda a gente.
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tree | Assim, matam logo em pequeninos que isto aí não vai parar nada neste rio.
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tree | A um rio tão rico, não vai parar nada!
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tree | Isto está num relaxo que ninguém faz caso disto.
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tree | [vocalização] Hoje em dia ninguém faz caso do nosso rio de Alvor.
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tree | Está desprezado.
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tree | terra de tanto pescador, ninguém olha.
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tree | E às vezes a olhar:
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tree | "Vai-se fazer aqui já quê"?!
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tree | "Eu não conheço ninguém".
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tree | Se eu cá conhecesse, eu falava!
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tree | Falava
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tree | e sabia.
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tree | E sabia pouco mais ou menos.
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tree | Assim não sabia es- não sabia as palavras muito [pausa] políticas,
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tree | mas falava como sabia.
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tree | Sabia resolver o assunto, pouco mais ou menos.
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