fazia-se<
tree | o rechego era rechegar aquilo tudo,
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tree | assim em quadro.
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tree | Depois ainda era tornado a jogar ao ar…
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tree | Eu, por exemplo, ia com uma forquilha deitando, saindo já [vocalização] já
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tree | depois já ia saindo muito trigo já limpo.
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tree | Essa coisa toda.
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tree | Mas depois vinha uma pessoa atrás com uma pá de madeira – com uma pá de madeira –,
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tree | esse depois é que i- ia sacudindo lá no coiso.
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tree | E deitar aquilo tudo que tinha o seu jeito.
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tree | Quer dizer que o vento estava, por exemplo, além daquele lado
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tree | e a gente tinha que deitar a semente contra o vento para, porque ela, mesmo no ar, ficava a semente mais pesada,
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tree | ia para um lado e o e a palha voava para o outro,
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tree | está a perceber?
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tree | E depois disso então tudo junto é quando chegava já esse que vinha trabalhando com a pá;
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tree | esse que vinha já trabalhando com a pá, já o ia juntando em moitão.
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tree | Quando a gente acabava de fazer o rechego e que deitava o rechego já ao ar, já estava aquilo tudo feito então em moitão.
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tree | Depois de estar em moitão, ainda aparecia uma espiguinha, que era alguma coisa mais pesada que caía junto ao trigo, ou alguma pedra mais grada da eira que caía junto ao trigo,
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tree | altura depois usava-se um coiso grande,
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tree | um arneiro.
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tree | [pausa] Um arneiro.
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tree | Eu até tinha tenho um coiso desses ainda.
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tree | Mas está lá à do meu está lá à do meu genro.
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tree | Um arneiro.
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tree | E então nessa altura [vocalização], punha-me eu, por exemplo – eu ainda fiz isso muita vez –, eu dum lado e a minha mulher do outro,
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tree | e havia um com uma alcofa,
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tree | varríamos ali um bocado da eira para fazer aquilo mais limpo…
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tree | Quer dizer que o trigo estava aqui junto
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tree | e a gente depois íamos para além.
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tree | A minha mulher punha-se lá daquele lado,
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tree | eu punha-me cá deste,
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tree | e o outro ia com uma alcofa
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tree | ia carregando o trigo para lá.
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tree | E a gente púnhamos só a trabalhar, a trabalhar, a trabalhar, e o trigo a correr,
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tree | e aquelas praganas, coiso, não quer- não caíam, nem as pedras gradas, nem isso,
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tree | ficava além coiso.
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tree | Em ele lhe deitando além três ou quatro [vocalização] alcofadas de trigo, que se juntasse além muitas, tirávamos ali para o lado.
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tree | INF1 Isso Isso que ficava depois eram os cachos.
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tree | Chamava a gente…
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tree | o nome de cachos.
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tree | INF1 Punha-se além de lado.
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tree | pondo além de lado.
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tree | E esses ditos cachos, no outro dia, iam-se jogar para dentro do calcadoiro.
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tree | Iam para dentro do calcadoiro,
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tree | iam indo coiso, coiso.
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tree | Quando fosse o último dia, esses cachos depois eram então batidos com um bocado dum pau.
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tree | esses cachos com um pau – a pessoa que queria!
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tree | A pessoa que não queria, [vocalização] deixavam isso depois para dar a umas galinhas.
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tree | As galinhas, isso em apanhando aí uma espiga, também penicam
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tree | e comem o trigo
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tree | e deixam lá o resto.
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tree | |
tree | INF1 E então a gente havia quem fizesse isso.
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tree | Mas [vocalização] quem tinha mais assim de debulhar: "Oh, sobraram aí os cachos".
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tree | Esses cachos eram postos depois no outro dia dentro do calcadoiro.
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tree | logo além no meio da eira,
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tree | ,
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tree | ficavam pelo meio da eira.
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tree | tarde, sobravam outros cachos,
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tree | outro dia fazia-se o mesmo.
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tree | Quando eram os últimos, enchia-se aí um saco ou dois daquela coisa,
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tree | às galinhas.
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tree | A pessoa que não tinha galinhas e queria aproveitar, isso punha aí dentro dum coiso qualquer,
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tree | aí umas porradas, dentro duma alcofa ou dum saco,
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tree | ali umas pancadas,
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tree | ainda, às vezes, arranjava ali um alqueire de trigo.
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tree | Tinha que ser tudo muito esmifrado para por causa da barriga.
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tree | Tinha que ser tudo muito apurado.
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tree | É verdade.
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